Nacional

Os imigrantes não são nossos rivais

Luís Filipe Santos
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Os imigrantes não são nossos rivais Estão a surgir “silenciosa e inconscientemente, alguns sinais inquietantes de xenofobia ao estrangeiro, de paternalismo cultural, de racismo recalcado e de manifestações de «nacionalismo» ideológico que alimentam precisamente a reacção negativa e rejeição da cultura dos imigrantes”. A denúncia é do Colectivo de Organizações Católicas ligadas à Imigração, afirmada num comunicado publicado na última sexta-feira. Uma sexta-feira de Quaresma, tempo de “conversão interior, o apelo à mudança de mentalidade e de vida impõem-se hoje mais do que ontem a todo o cristão”, lembram as Organizações (Capelania dos Africanos – Capelania dos Ucranianos – Caritas Portuguesa – CEPAC - «Justiça e Paz» dos Religiosos – JSR – LOC/MTC – OCPM). Numa altura em que o mundo está virado para a guerra entre o Iraque e os Aliados e se discute a questão “da paz a propósito duma guerra injustificada”, este Colectivo afirma “que as dificuldades económicas do país, de que os imigrantes não têm a mínima culpa pois não são a causa, não constituam mais um argumento ou razão para a população portuguesa os olhar como rivais dos seus postos de trabalho e bem-estar”. Por isso pedem que se forme, cada vez mais, “uma opinião pública, em que os cristãos e os numerosos meios de comunicação social de inspiração cristã, assumam um papel activo sobre todos os aspectos que dizem respeito à Imigração, deslocados e refugiados”. Não haverá integração plena dos imigrantes e refugiados “sem jornalismo isento e profissionalmente competente“. Uma mensagem sobre a realidade migratória onde os apelos à sociedade e aos cristãos também foram constantes: “coerência na fé, lucidez na esperança e «fantasia» na caridade”. E finaliza: o processo de acolhimento deve passar pela “vontade colectiva de «legalizar» quem, por dispositivos legais, é declarado «irregular»”.


OCPM