Nacional

Os perigos da mercantilização do desporto

Luís Filipe Santos
...

Colóquio promovido pelo Centro de Reflexão Cristã

Como nos últimos dois séculos o fenómeno desportivo “tornou-se mais comercial ”, o Centro de Reflexão Cristã (CRC), organizou um debate sobre “Mercantilização do desporto – Competição Saudável” tendo como ponto de partida a Carta Pastoral “Responsabilidade solidária pelo bem comum”. Um colóquio, integrado no ciclo “Sete Pecados Sociais – Sete Sinais de Esperança”, que teve como oradores Vicente Moura, Presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Couceiro, Treinador do Alverca, e Manuel Brito, professor universitário. Cada vez mais o desporto “é um negócio” que necessita de ter protagonistas e “leve gente aos estádios” – disse à Agência ECCLESIA António Paulino, vice-presidente do CRC. O presidente COP apresentou uma síntese sobre a evolução do movimento olímpico e a sua crescente “comercialização”, referindo que Portugal é dos países da Europa que menos investem no desporto, mas é também onde “os políticos exigem resultados de alto nível, que custam milhares de contos”. A média do investimento nos países da União Europeia é de 2%. “Nas minhas contas, o Estado português nem sequer chega a disponibilizar 1%... talvez 0,8%” - acrescentou. O Estado deveria “investir na formação desportiva de base” e não alimentar a conquista de medalhas porque “só uma elite é que consegue conquistá-las” – realçou Vicente Moura. Tendo por base um estudo de Manuel Brito, o vice-presidente do CRC salientou que “um Euro gasto no Desporto é uma poupança de três Euros na Saúde”. José Couceiro abordou a questão do doping no desporto e o investimento feito nestas substâncias na Europa de Leste antes da queda do Muro de Berlim. “Um mascaramento e uma questão política para ganharem aos ocidentais” – disse aos presentes. Resultados que alteram a verdade desportiva - segundo a referida carta pastoral - a corrupção é “verdadeira estrutura de pecado social, que se exprime em formas perversas, violadoras da dignidade humana e da consciência moral pelo bem comum”. O verdadeiro sentido de Desporto desapareceu porque “nós não gostamos de desporto mas sim que a nossa equipa ganhe”. No sentido de alterar estas situações, os oradores foram unânimes: “promoção da prática desportiva e não dar tanto valor mediático” aos resultados. Notícias relacionadas •Responsabilidade solidária pelo bem comum


CRC