A morte da Irmã Lúcia serviu para confirmar a ligação do Papa à Fátima, com a nomeação de um enviado especial para o funeral desta tarde, no qual será lida uma mensagem de João Paulo II.
O Cardeal Tarcisio Bertone, arcebispo de Génova e antigo secretário da Congregação para a Doutrina da Fé foi um dos responsáveis envolvidos no processo de revelação do terceiro segredo de Fátima. A sua presença como enviado especial em Coimbra reveste-se, assim, de um significado especial.
Para além do sinal de afecto que a presença do Cardeal Bertone revela, manifesta a vontade de manter viva a ligação entre Fátima e a Santa Sé, numa verdadeira missão eclesial.
João Paulo II rezou ontem pela Irmã Lúcia durante a Eucaristia celebrada no segundo dia dos seus exercícios espirituais da Quaresma. O Papa encontrou-se com a Irmã Lúcia em três ocasiões, aquando das suas peregrinações a Fátima (1982, 1991, 2000).
A ligação a Fátima ganhou uma maior visibilidade quando o Papa manifestou a convicção de ter sido salvo pela Virgem do atentado de 13 de Maio de 1981. A bala desse atentado foi oferecida ao Santuário e inserida na coroa da imagem de Nossa Senhora de Fátima.
“A Irmã Lúcia soube testemunhar simplesmente o amor de Deus e da Mãe Celeste”, escreve-se em “L’Osservatore Romano”, que considera a religiosa portuguesa “testemunha da beleza dos olhos da Virgem”.
Pelas 16h30 terá lugar o funeral, presidido pelo Cardeal Tarcisio Bertone. Esta tarde, na Sé Nova, estarão presentes quase todos os Bispos portugueses que se encontram a fazer retiro, em Fátima, “mas que resolveram que a vinda fosse também um dos actos do retiro", conforme explicou D. Albino Cleto, Bispo de Coimbra.
Segue-se depois, a pé, o funeral de volta para o Carmelo, onde a Irmã Lúcia será sepultada em campa rasa, nos claustros do convento, em cerimónia íntima. Em 2006, o corpo será trasladado para o Santuário de Fátima.
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