Nacional

Parlamento distingue defensores dos Direitos Humanos

Octávio Carmo
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O Parlamento português entregou esta segunda-feira uma medalha de ouro comemorativas do 50º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem à Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), pelo trabalho desenvolvido na área social. Este organismo eclesial, criado há duas décadas pela Conferência Episcopal Portuguesa, com a finalidade genérica de promover e defender os ideais da Justiça e da Paz à luz do Evangelho e da doutrina social da Igreja. A Comissão actua sob sua própria responsabilidade, não vinculando necessariamente a Hierarquia. Armando Sales Luís, presidente da CNJP, disse na cerimónia de entrega que o mérito do trabalho reside no conjunto de parcerias que a Comissão consegue estabelecer em todas as dioceses, colaborando com “muitos outros organismos, seculares, sociais e religiososâ€. Num balanço do trabalho desenvolvido no último triénio, em que esteve à frente da CNJP, Sales Luís assegura que “quisemos ir ao encontro ‘das mulheres e dos homens de boa vontade’, de todos os que procuram a Justiça e a Paz, independentemente do credo ou religião ou sua ausência, com envolvimento político ou associativo diversoâ€. Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor O jornalista Pedro Coelho recebeu também uma medalha de ouro comemorativa do 50º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem. Uma equipa da SIC passou dois meses na rua para contar a vida de sete mulheres que viveram da prostituição: “Mulheres que Amam Demais†é um trabalho de Pedro Coelho, com imagem de Luís Pinto e montagem de Marco Carrasqueira. A propósito da distinção, a SIC-Online publicou um texto de Pedro Coelho: “Um grupo de freiras - as Irmãs Oblatas do Santissímo Redentor - ocupa-se, por inteiro, destas mulheres. Resgatam-nas. Não as julgam, nunca as julgaram. Aumentam-lhes a auto-estima. Ensinam-nas a serem mulheres de primeira. Mas esse esforço bate, por fim, em portas fechadas. Quando as ex-prostitutas deixam de conseguir viver da venda de um corpo já gasto, procuram outro trabalho; que não encontram. E se não encontram, quem nos diz que a história, inevitavelmente, não volte para trás?â€. Prémio Direitos Humanos O Prémio Direitos Humanos 2005 foi atribuído, pelo Parlamento, ao Banco Alimentar Contra a Fome, distinguindo o seu esforço de distribuir alimentos aos mais carenciados. A atribuição a esta organização governamental do prémio, com um valor pecuniário de 25.000 Euros, foi decidida por unanimidade por um júri constituído no âmbito da comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias. "É uma organização que, com muita criatividade e trabalho, se dedica a combater a fome no nosso país", realçou o presidente da Comissão, o socialista Osvaldo de Castro, na cerimónia de entrega do prémio, na Assembleia da República. A presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, Isabel Jonet, aproveitou a distinção para relembrar o trabalho desenvolvido pela organização há 13 anos. "Aproveitar onde sobra para distribuir onde falta, é o lema do Banco Alimentar", afirmou Jonet, sublinhando que em Portugal cerca de 20% da população vive abaixo do rendimento mínimo. Num balanço da actividade, cuja "espinha dorsal" é o trabalho voluntário, Isabel Jonet deu conta que dos armazéns dos dez bancos alimentares contra a fome existentes em Portugal saem diariamente 55 toneladas de alimentos (doados por empresas e particulares), cujo destino maioritário seria a destruição.


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