Recuperar o sentido de participação cívica é uma das conclusões transversais do Simpósio «Reinventar a Solidariedade (em tempo de crise)», apresentadas por Joana Rigato, vice-presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP).
Um sentido de cidadania que se traduz nos desafios concretos deixados pelos intervenientes no simpósio e das ideias deixadas no site www.reinventarasolidariedade.org
A reflexão ao longo do dia foi abrangendo as dimensões económica, social, ambiental, e cultural. Uma leitura “holística e integradora”, destacou Joana Rigato, porque a origem do simpósio “parte da ideia de que a crise é também política, civilizacional e espiritual”.
“Procuremos soluções estruturais para problemas estruturais”, pediu a vice-presidente da CNJP.
A revalorização do terreno agrícola vai ao encontro da preocupação de várias pessoas. “Revalorizar a agricultura, propondo uma dinâmica escolar ou catequética para uma “sementeira prática”.
A valorização das pessoas “desocupadas, promovendo os recursos humanos disponíveis”, sem esquecer “o saber dos reformados”, foi um dos caminhos apresentados.
A necessidade de recuperar a sobriedade, “largando o que não é essencial”, permite prestar atenção aos mais necessidades e estimular relações de proximidade. “Promover a entre ajuda na vizinhança”, foi outra ideia apresentada, sintomática do quanto “as pessoas querem combater o isolacionismo”.
O “ir ao essencial” é expresso também na organização de feiras solidárias com material doado e reciclado.
Os apelos de cidadania e intervenção, apresentados nos projectos do Banco do tempo e dos bens usados são o reforço à participação solidária a potenciar.
O Simpósio propôs seleccionar algumas ideias propostas e dirigi-las aos órgãos de soberania, nomeando uma equipa para elaborar petição.
Joana Rigato afirmou que a “solidariedade não pode ser assistencialista” e deve ter em conta a dimensão da sustentabilidade, nas suas várias dimensões – económica social, ambiental e cultural.
A vice-presidente da CNJP destacou ainda a presença de 1100 pessoas no Simpósio, que optaram por passar o dia a
falar sobre solidariedade”, sintoma de "coesão social".