Nacional

Páscoa: Famílias cristãs devem propor matrimónio nas periferias existenciais

Agência Ecclesia
...
D. Jorge Ortiga
D. Jorge Ortiga

D. Jorge Ortiga indica Obras de Misericórdia como itinerário para viver «Cristo ressuscitado»

Braga, 04 abr 2015 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga pediu hoje às famílias cristãs para não calarem o valor do “sacramento do matrimónio” indo às “periferias existenciais”, contrariando um “complexo de inferioridade face a outras modalidades de orientar os compromissos afectos da vida”.

“São as famílias que, em primeiro lugar, se devem propor à sociedade. O silêncio de várias famílias cristãs, em momentos quentes de debate público sobre questões estruturais, é, por vezes, ensurdecedor”, sublinhou D. Jorge Ortiga na homilia durante a celebração da vigília pascal na Sé de Braga.

Sem “condenar ninguém”, o arcebispo primaz recusou a “disseminação de ideias confusas e equívocas” como as “teoria do género”.

“Para propor a família como um suporte sólido da sociedade é necessária uma linguagem esclarecida, eficaz e verdadeira”.

D. Jorge Ortiga pede que as famílias cristãs a importância “do Cristo ressuscitado” no projeto familiar de qualidade, presente na “fidelidade dos esposos”, numa “educação com valores”, na “capacidade de evangelização de outras famílias.

“É importante que Cristo «ressuscite» e esteja verdadeiramente presente na luta permanente por uma vida digna nas condições de habitação, na alimentação, nos cuidados médicos, no acesso a uma liberdade de ensino, que ressuscite numa oportunidade de trabalho com idênticas condições para homens e mulheres e, particularmente, que ressuscite na alegria da maternidade e da paternidade responsável”.

Naquela que sublinhou ser a “Noite das Noites” D. Jorge Ortiga apontou a “vida renovada” e a “aurora” que a Páscoa convida a fazer, através de um itinerário de prática das obras de Misericórdia, que tem proposto ao longo das reflexões da Semana Santa, “como respostas a males e necessidades hodiernas”.

«Vestir os nus» e «Perdoar as injúrias» são as duas últimas obras a que o também presidente da Comissão episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana se refere, apontando a nudez como a necessidade de “amparar a fragilidade e dar conforto”.

“São muitas as famílias que necessitam de roupas para cobrir necessidades essenciais. As portas de muitas casas escondem muita coisa”.

D. Jorge Ortiga indica ainda a importância de se criar uma cultura de perdão que cura “não só aquele que ofende mas também o ofendido”.

“Uma cultura sem uma memória reconciliada degenera para a lei de talião, onde o perdão não tem lugar. Pelo contrário, fixar os olhos em Cristo crucificado é descobrir que ser perdoado e perdoar significa sempre, para uns e para ouros, sentir-se amado sem medida, o que dá muita alegria e felicidade”.

LS



Diocese de Braga Páscoa