Nacional

Pastoral da Saúde reinventada

José Carlos Patrício
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“Descer do Hospital para o terreno”, cuidando do doente não apenas enquanto está internado, mas também na sua casa; promover a humanização da área da Saúde, “muito marcada pela técnica e pela gestão”; e eleger como primeira prioridade “a ajuda espiritual da pessoa, uma parte que hoje está completamente abandonada”.

Estes são alguns dos principais desafios que a Igreja Católica retira do 23º Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, que terminou esta Sexta-feira em Fátima.

Reunidos entre 23 e 26 de Novembro, responsáveis e colaboradores desta área de acção eclesial abordaram o tema “Espiritualidade em Saúde – Novos Desafios”.

Segundo Mons. Vítor Feytor Pinto, o rosto da Pastoral da Saúde encontra espaço para a mudança a partir do momento em que “parte à redescoberta da espiritualidade, não apenas religiosa, mas da globalidade do ser humano”.

“A espiritualidade é o mapa do biológico na vida humana, através do qual, quer ao nível físico, psicológico, social ou religioso, se pode influenciar positivamente a pessoa, para que ela tenha cada vez mais um sentido profundo para a vida”, explica o coordenador da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde.

Consciente de que “a maior parte dos doentes não está nos hospitais, passa por eles, são tratados e cuidados, e depois vão para suas casas”, o sacerdote considera fundamental que as comunidades paroquiais estejam preparadas para dar um acompanhamento eficaz às pessoas. 

“Devem organizar-se para fazerem um trabalho transversal da pastoral da saúde, tendo em conta não só os doentes mas as suas famílias, os visitadores que acompanham os doentes e os próprios apoios sociais que os doentes recebem” sublinha o sacerdote, actual responsável pela paróquia do Campo Grande, em Lisboa.

A primeira base para esta mudança estará na formação, sobretudo junto dos jovens – só através de um programa bem estruturado é que se poderá transformar a Pastoral da Saúde num projecto atractivo, com equipas de voluntários que sejam capazes de fazer um trabalho digno, em colaboração com os profissionais do sector.

Para tal, Mons. Feytor Pinto revela que “vão ser criadas duas ou três paróquias laboratório, onde iremos fazer um acompanhamento, com todo um programa que permita tornar essas paróquias num modelo para o trabalho que se pretende realizar depois”.

Um trabalho que importa fazer “em estreita colaboração com as estruturas de saúde que há em cada zona”. Para tal, realça o sacerdote, “os laços entre as comunidades paroquiais e os centros de saúde têm de ser consolidados”.

Este 23.º Encontro Nacional da Pastoral da Saúde contou com a presença da Ministra da Saúde, Ana Jorge, do presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, D. Carlos Azevedo e do sub-secretário do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde, D. Jean-Marie Mpendawatu.



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