O último período de guerra em Angola deu origem entre os anos 2000 e 2001 a uma vigília mensal de oração pela paz. Da iniciativa de alguns estudantes universitários e com o apoio do Secretariado Diocesano da Pastoral Universitária ela não deixou nunca de se realizar, mesmo quando a esperança parecia esmorecer ou, também por isso mesmo, os participantes diminuíam em número. Alcançada a paz foi desses mesmo estudantes que surgiu a ideia – na Páscoa de 2003 – de constituírem um coro que os ajudasse à celebração da fé segundo os próprios ritmos, harmonias e línguas.
Durante este ano e meio, este coro encontrou-se fielmente em cada último Domingo do mês para celebrar a Eucaristia. Primeiro na Casa Diocesana de Vilar e desde há quase um ano na paróquia das Antas onde passaram assim a animar a missa paroquial das 12 horas. Partilharam também felizes momentos de encontro e festa, prolongando frequentemente a própria celebração em alegre almoço segundo os sabores das suas proveniências. Repartiram ainda, na fé, a dor do falecimento de uma sua compatriota. E cada vez com maior esmero encontraram-se de forma regular para ensaiar frequentemente em línguas desconhecidas, que uns com os outros foram aprendendo.
Foi por isso natural que querendo assumir esta experiência nas fontes da fé, nascesse a ideia de uma dia de reflexão e peregrinação: fizeram-no aos pés da Virgem, no dia 30 de Outubro, em Fátima.
A parábola da “casa sobre a rocha” deu o mote ao dia, à partilha de experiências e reflexões e à inquietação sobre a aplicação do Evangelho à vida actual.
Na Capelinha, puderam participar activamente e testemunhar uma mesma devoção à Virgem a quem confiaram também todos os povos africanos. Houve ainda tempo para almoço partilhado e visita aos locais mais significativos do santuário e que se concluiu em Aljustrel e nos Valinhos.
No regresso era comum o sentido de comunidade construída e a vontade de continuar a edificá-la: foi espontânea a proposta de um momento mensal de reflexão e oração, a que o canto - segundo a própria tradição – conduziu e que assim mais profundamente continuará a exprimir. E também assim se constrói o lema “juntos na uni(di)versidade” adoptado pela Pastoral Universitária para este ano. Na esperança de que momentos como este continuem a ajudar a população universitária africana a alimentar o sentido do seu estudo no serviço aos próprios povos que muito deles esperam. Assim o exprimem também todas as outras iniciativas em curso ou em preparação.
