A Pax Christi Internacional acaba de lançar uma campanha em favor das populações de Darfur, no Sudão, pedindo às autoridades políticas que “ponha fim aos crimes contra a Humanidade e aos crimes de Guerra”.
A secção portuguesa da Pax Christi pede ao Governo Português que intervenha urgentemente e com eficácia junto das instâncias internacionais no sentido de proteger as populações do Darfur, e mais precisamente para que a ONU decrete um embargo internacional ao fornecimento de armas ao Sudão, o mandato dos Observadores da União Africana seja alargado para uma componente humanitária e que esta delegação de Observadores inclua também observadores europeus e americanos que supervisionariam o respeito pelos Direitos Humanos. O organismo exige ainda que as conclusões dos Observadores da União Africana sejam reveladas e publicadas, que o Sudão ratifique o Tratado de criação do Tribunal Penal Internacional e que seja enviada uma missão da ONU à região para identificar os crimes contra a humanidade e os crimes de guerra cometidos, na perspectiva da preparação de julgamentos contra os seus autores.
O tema esteve em destaque na Assembleia Geral da Pax Christi, movimento Católico Internacional pela Paz, que decorreu de 19 a 22 de Maio de 2004 nos EUA.
Na quarta-feira 26 de Maio de 2004, o Vice-Presidente do Sudão, Ali Osman Mohamed Taha, e o chefe do movimento rebelde SPLA (Sudanese People Liberation Army) John Garang, do Sul do Sudão, assinaram um acordo de paz. A Pax Christi Internacional considera este acordo como uma etapa importante para a construção da paz em todo o Sudão, pondo fim a uma guerra civil que tem destruído o país ao longo dos últimos 21 anos.
“No entanto, continua por resolver o conflito no Darfur, no Sudão Ocidental. As milícias árabes, com a cumplicidade das forças armadas Sudanesas, provocam o terror, cometem assassinatos em larga escala, violentam as mulheres, incendeiam as casas, roubam o gado. O conflito no Darfur já provocou a morte de 30.000 pessoas, enquanto cerca de um milhão de pessoas procuram fugir para salvar as suas vidas”, revela o organismo.
As previsões internacionais indicam que cerca de 350.000 pessoas vão morrer nos próximos três meses mesmo que a ajuda humanitária comece a chegar neste momento. Sem ela, poderão perder a vida cerca de um milhão de pessoas.
“A comunidade internacional não pode e não deve permitir um tal desastre. As instâncias internacionais têm a obrigação de agir, e agir rapidamente, para atenuar as terríveis consequências deste verdadeiro massacre provocado pelo Homem”, aponta o comunicado, enviado à Agência ECCLESIA.