Um grupo de uma centena de italianos, ligados à área do turismo religioso e da peregrinação e incluindo trinta jornalistas de vários órgãos de comunicação social de Itália, participaram em Fátima, de 23 a 26 de Fevereiro, na “Convention Brevivet”, uma iniciativa organizada pela empresa italiana Brevivet, que dedica 80 a 90% do seu trabalho à área da Peregrinação.
Num encontro marcado pela realização de várias iniciativas de âmbito religioso e cultural, a manhã do dia 24 foi dedicada à realização de conferências onde os temas foram a Mensagem de Fátima e a Peregrinação Mariana.
No discurso de abertura, Giovanni Sesana, administrador delegado da Brevivet, explicou as razões de escolha de Fátima para realização da Convenção. A primeira motivação prendeu-se com a presença do corpo da Irmã Lúcia na Basílica de Fátima, a segunda com o facto de o Santuário de Fátima estar a comemorar os 90 anos das Aparições e a terceira com as características do próprio lugar.
Giovanni Sesana referiu que o mundo vive uma situação “difícil e dramática” de conflitos religiosos, e que, em resposta a isso, a Mensagem de Fátima, “que não é só contra a guerra”, é um convite à serenidade e à paz.
Também o Presidente da Brevivet, Mons. Ruggero Zucchelli, referiu que a escolha de Fátima para a realização da Convenção foi tomada porque Fátima é um “dos lugares com mais significado na fé cristã, de onde saiu uma mensagem de actualidade”, confiada aos três Pastorinhos, “que com simplicidade e candura, divulgaram a Mensagem pelo mundo inteiro”.
Para Mons. Zucchelli, a peregrinação “responde a um desejo de conversão”, “pode percorrer o caminho do Turismo Cultural, mas sublinha o encontro com Deus e o próximo”. O sacerdote convidou os peregrinos a receber a Mensagem de Maria como fizeram os Pastorinhos de Fátima: a contemplar, como o Francisco, e a amar, como a Jacinta.
O Reitor do Santuário de Fátima apresentou nesta manhã o tema “A Mensagem de Fátima no mundo actual” onde, após a apresentação dos serviços do Santuário de Fátima, teceu o percurso histórico, com os acontecimentos mais marcantes que ligam o Santuário e Nossa Senhora de Fátima aos últimos Papas, desde Pio XII.
Sobre a ligação do Papa Bento XVI a Fátima, o Reitor sublinhou que foi Joseph Ratzinguer, como cardeal, que fez o comentário teológico à terceira parte do Segredo de Fátima, facto “significativo de uma força espiritual que Deus quer dar a Fátima, enquanto lugar onde Deus quer dizer uma coisa muito importante”. Monsenhor Luciano Guerra sublinhou que “a paz é um tema constante na mensagem de Fátima”, e, sobre a terceira parte do Segredo de Fátima, referiu que “o século XXI terá muitas almas que querem chegar a Deus”.
O Bispo Auxiliar de Brescia, D. Francesco Beschi, abordou a temática das “Peregrinações Marianas na Pastoral Paroquial”, classificando a Peregrinação como um “facto comunitário, embora com caraterísticas pessoais”, é a caminhada do povo, representa “o ingresso numa dimensão que não será exaustiva, porque não acaba com a viagem feita” e que tem, também, a característica da penitencialidade. “A peregrinação tem de levar à conversão do coração, mais até que do que à conversão moral”, disse.
Maria, referiu o prelado, apresenta-se como a primeira peregrina, seja a caminho da casa de sua prima Isabel ou a caminho do templo, à procura de seu Filho. “Maria é a mediatriz da graça de Jesus Cristo”, referiu D. Francesco Beschi, que chama a Maria “a Mensageira”, a “peregrina da fé”.
A finalizar a sessão, D, Luciano Mainini, do Secretariato Pellegrinaggi Italiani (SPI), sublinhou que “a peregrinação é um momento de graça”, “um instrumento que chega mais longe do que pensamos, ao serviço da evangelização”.
