PolisGuarda apresentou candidatura relacionada com a igreja de S. Vicente Jornal «A Guarda» 01 de Setembro de 2006, às 12:21 ... Restauro dos 18 painéis de azulejos pode ser pago por Fundação nacional Os azulejos das paredes interiores da igreja de S. Vicente, que estão muito degradados e necessitam de uma intervenção de restauro urgente, podem vir a ser recuperados através de uma candidatura que o Programa PolisGuarda apresentou a uma Fundação de âmbito nacional, soube o Jornal A Guarda junto do director executivo, António Saraiva. AtribuÃdos ao séc. XVIII, os vários painéis de azulejos, da autoria do artista conimbricense Sousa Carvalho, representam cenas da vida de Nossa Senhora e da Paixão de Cristo. A iniciativa da recuperação e valorização dos painéis de azulejos, que envolve um investimento de 118 mil euros, partiu do director do PolisGuarda, após verificar que era urgente intervir na igreja de S. Vicente e que a paróquia não possuÃa capacidade financeira para tal. Segundo António Saraiva, houve um primeiro contacto com a Fundação que consistiu na elaboração de um processo base “com a proposta e historial dos painéisâ€. “Posteriormente, fomos contactados pela Fundação, dizendo que poderia ser um trabalho por sà apoiado, dado que tinha intervido noutros locais, neste tipo de património. Foi solicitado um dossier exaustivo sobre o tipo de intervenção e a equipa que iria fazer o trabalho, bem como toda a metodologia a aplicarâ€, contou. “A candidatura seguiu no mês de Maio, após a recolha de todos os elementos solicitados e, aguardamos agora a resposta por parte dessa Fundação de renome nacionalâ€, referiu António Saraiva. A pedido do PolisGuarda, esteve na cidade uma equipa que fez o levantamento do local e verificou tudo o que era necessário, que realizou “um estudo completo sobre a situação dos azulejos e sobre qual a intervenção necessária para restaurar e consolidar todos os painéisâ€. Restauro total A intervenção prevista para os 18 painéis, que totalizam mais de 8 mil azulejos, prevê o restauro de todos eles, através da recuperação dos que estão danificados – foi encontrada uma caixa que continua muitos que foram caindo com o passar dos anos – e a reprodução daqueles que não existem. A metodologia a seguir contempla que os azulejos sejam todos retirados do lugar original e tratados num estaleiro especÃfico, sendo posteriormente afixados no local original. A sua fixação será feita com recurso “a massas especÃficas para o efeitoâ€, uma vez que segundo António Saraiva “um dos problemas [que originou a queda dos azulejos] deve-se ao material utilizado na fixação inicialâ€. “Daà eles terem caÃdo e soltarem-seâ€, explicou. O director executivo do PolisGuarda adiantou que a mesma equipa, “vai fazer todo o trabalho de levantamento exaustivo, painel a painel, em termos de fotografia, para que fique em arquivo e para se poderem publicarâ€. A equipa escolhida para realizar os trabalhos “é credenciada e de currÃculo reconhecidoâ€. “Já teve intervenções no Palácio da Pena (Sintra)â€, lembra o mesmo responsável. Para além da recuperação dos azulejos, a mesma candidatura contempla outros trabalhos de valorização do interior da igreja de S. Vicente, nomeadamente a instalação de uma iluminação especÃfica (devidamente cuidada e que não danifique os painéis), a elaboração de uma brochura promocional, reabilitação de pavimentos, tectos e paredes e a aplicação de um sistema de climatização, térmico e acústico. Se a candidatura for bem sucedida, como espera António Saraiva, as obras de restauro levarão cerca de um ano a realizar, “desde o levantamento à sua nova aplicaçãoâ€, estando também contemplada a feitura de um levantamento fotográfico e fotogramétrico (reprodução gráfica dos desenhos). O restauro dos azulejos do templo religioso é desde há muito, defendida pela paróquia de S. Vicente, pois como referiu o seu pároco, Abel António Albino, “os azulejos estão a registar uma degradação galopante e podem correr o risco de se perder, se não forem intervencionadosâ€. O sacerdote reconhece que “o estado de degradação já é avançado, mas a igreja merece ser restaurada, porque [a azulejaria] é uma pequenina jóia de arte que ali estáâ€. A paróquia não tem possibilidade de suportar os custos elevados da obra, mas tem vindo a efectuar intervenções menos dispendiosas. Neste momento, estão em curso os trabalhos de recuperação das portas principal e lateral norte, e de reposição da porta da torre e lateral sul, do templo religioso, datado do séc. XVIII. A igreja de S. Vicente, localizada no Centro Histórico da Guarda, está classificada como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto-lei nº 28/82 de 26/02/1982. Arte Sacra Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...