Nacional

Por um Portugal mais justo

Octávio Carmo
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Comissão Nacional Justiça e Paz quer desperta um país com pouca consciência social

A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) vai organizar de 21 a 23 de Novembro o fórum “Globalizar a paz, construir um mundo justo”, iniciativa que pretende ser uma “plataforma de encontro e mobilização da sociedade civil”. Em conferência de imprensa, a organização apontou o dedo às “violações graves de todo e qualquer tipo de direito humano, tornadas rotineira e obcecantes pelo mundo da informação” e à “tolerância do intolerável”, sinais de um Portugal com pouca consciência social para os problemas da justiça e da paz. O secretário da CNJP. Jorge Wemans, mostrou-se esperançado na adesão de organizações, confessionais ou não, interessadas em debater estas temáticas e ajudar a ultrapassar “um período mais cinzento no nosso país”, agravado pela “falta de protecção social”. O encontro terá quatro grandes áreas, desde o diálogo inter-religioso à exclusão social, passando pelos direitos humanos e o futuro da Europa. Neste sentido, o presidente da CNJP, Armando Sales Luís, reiterou a posição deste organismo sobre a necessidade de “não se esquecerem na Europa as raízes judaico-cristãs”, mormente na redacção do futuro Tratado constitucional da UE. Manuela Silva explicou que a metodologia aplicada na preparação do evento tem passado pela criação de grupos informais, “para identificar os problemas mais relevantes”, e prometeu um fórum de reflexão, crítica que envolva parceiros sociais, técnicos e organismos católicos. A comissão parte para esta iniciativa segura de que “as conclusões não se ficarão pelo papel”, mas passarão pela criação de espaços de diálogo e interacção permanentes sobre os temas em debate. A CNJP é uma organização laical, criada em 1982, por iniciativa da Conferência Episcopal Portuguesa, no âmbito da Comissão Episcopal de Acção Social e Caritativa, actuando sob a sua própria responsabilidade, ainda que em ligação com a hierarquia da Igreja.


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