Nacional

Portugal enfrenta tráfico de seres humanos

Lígia Silveira
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Religiosas portuguesas apelam à mobilização no Dia Europeu de luta contra o Trafico de Seres Humanos

Portugal nega "oficialmente" a existência de vítimas de tráfico humano ao preferir “falar de prostituição, negócio do sexo, alterne, lenocínio”. Mas as ONG a trabalhar nesta área deparam-se com “vítimas e o seu pedido de libertação”, denuncia a Comissão de Apoio às Vitimas de Trafico (CAVITP), um organismo com raízes na Conferencia dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP).

Com o objectivo de sensibilizar a sociedade e “a própria vida religiosa”, para o combate “a este crime contra a dignidade humana, protegendo e acolhendo as vítimas”, a CAVITP dá conta de um fenómeno de “invisibilidade, clima obscuro e silencioso” que fomenta um dos “negócios mais lucrativos do mundo” e que dificulta “enormemente o combate a este crime, bem como o resgate das vítimas desta actividade perversa, lançando-as no esquecimento da sociedade”.

O próximo Domingo, dia 18, assinala o Dia Europeu de luta contra o Trafico de Seres Humanos. A CAVITP indica que apesar de “consensual” a grave violação dos direitos humanos por parte de Organizações Internacionais, públicas e privadas, Igrejas e ONGs, “a camuflagem deste fenómeno envolto no manto de silêncio que paira a nível social, dificulta a identificação das vítimas e a aproximação à sua deplorável realidade”.

O tráfico de seres humanos carrega consigo “práticas de esclavagismo” nomeadamente “coacção, maus-tratos, exploração, sequestro, perda de identidade e liberdade” e, sublinha a Comissão de apoio às vítimas, este fenómeno “não atinge apenas mulheres estrangeiras, em situação irregular, em contextos de prostituição forçada”, mas atinge “o mundo inteiro e todas as sociedades”.

A CAVITP dá conta que crianças e mulheres são a população mais frágil que facilmente se “convertem em presas fáceis”.

No Dia Europeu de luta contra o Trafico de Pessoas, a CAVITP apela a todos que “manifestem a sua indignação”.

A CAVITP integra a União Internacional de Superioras Gerais (UISG), que congrega as Congregações Religiosas femininas e a recém criada rede chamada «Religiosas em Rede contra o Trafico de Pessoas».



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