Portugal: Leigos para o Desenvolvimento celebram 30.º aniversário
Organização de voluntariado católico está atualmente presente em São Tomé e PrÃncipe, Angola e Moçambique
Lisboa, 09 abr 2016 (Ecclesia) – Os Leigos para o Desenvolvimento (LD), organização não-governamental para o desenvolvimento, comemoraram este sábado o seu 30.º aniversário.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, a diretora executiva desta ONGD realça uma organização orientada sobretudo para a capacitação e apoio a países e comunidades mais carenciadas, a partir dos “recursos locais”, de modo a que sejam as próprias pessoas desses territórios “a assumir o protagonismo” na melhoria das suas condições.
“Acreditamos muito no potencial humano, as pessoas têm muita vontade e capacidade em assumir o controlo das suas vidas”, salienta Carmo Fernandes.
Fundados a 11 de abril de 1986, os LD foram “pioneiros” na implementação do voluntariado de leigos em Portugal, contando atualmente com cerca de 400 voluntários com idades entre os 20 e os 40 anos.
No início, tiveram a colaboração de vários jovens ligados ao Centro Universitário Manuel da Nóbrega e ao Centro Universitário Padre António Vieira, instituições dirigidas pela Companhia de Jesus (jesuítas).
Depois de começarem em Portugal, lançaram-se em missões em São Tomé e Príncipe (1988), e no Malawi (entre 1991 e 1994) ajudando nos campos de refugiados moçambicanos, deslocados pela guerra.
Passaram também por Timor-Leste durante o período mais conturbado daquela nação lusófona.
Hoje têm projetos em Portugal, São Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique, em áreas como a “educação, formação, emprego, empreendedorismo e voluntariado local” e também na vertente “pastoral”.
A formação dos voluntários tem sido um processo fundamental no percurso dos Leigos para o Desenvolvimento, que contam com “recursos humanos qualificados”, muitos deles já com “percurso académico concluído” e experiência “profissional”.
Uma vez no terreno, é feito o “diagnóstico da realidade” para a partir daí “perceber problemas e oportunidades” e “colocar em prática” as respostas que sejam mais adequadas às necessidades das populações apoiadas.
Independente da duração das missões, um, dois ou mais anos, a tónica é sempre na preparação das pessoas locais para que elas possam ser agentes de mudança e “assumam soluções que os Estados locais deixam muitas vezes de assumir”.
“Sabemos que somos externos, a nossa passagem ainda que longa, tem o objetivo de ser transitória”, aponta Carmo Fernandes, que foi também voluntária durante três anos em São Tomé e Príncipe.
“Ser voluntário”, segundo a diretora executiva dos LD, “abre horizontes”, alarga o sentido e a “dimensão da missão” das pessoas na sociedade e, no caso do voluntariado católico, dá também maior consciência de “pertença ao corpo da Igreja”.
O 30.º aniversário dos Leigos para o Desenvolvimento vai ser celebrado com uma eucaristia, este sábado às 17h00, na Igreja de S. Luís dos Franceses, em Lisboa.
Um momento de “agradecimento” que será estendido a todos os “benfeitores e parceiros” da organização, seguido de convívio e cocktail na Câmara do Comércio e Indústria, pelas 18h30.
PR/JCP
Leigos para o Desenvolvimento