Nacional

Portugueses vivem uma cultura de medo

Luís Filipe Santos
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Denunciou José Roquette, um dos pais do Código de Ética dos Empresário e Gestores

“A cultura de medo que Portugal vive precisa de temas mobilizadores. Ser nação e ser povo tem de ser ganho todos os dias. Não é uma realidade adquirida†– denunciou José Roquette, um dos pais do Código de Ética dos Empresários e Gestores assinado hoje, 20 de Outubro, em Lisboa. Depois da sessão pública de assinatura deste documento, este empresário disse à Comunicação Social que quando o projecto arrancou (cerca de dois anos e meio) “acreditávamos que era uma ideia válida e era uma valor acrescentado, sobretudo, num país que tem dos empresários e da iniciativa privado uma imagem bastante máâ€. E acrescenta: “em Portugal, praticamente todas as elites (políticas, militares, empresariais) tem uma má imagemâ€. A nossa história devia “empurrar-nos para transformações essenciais†mas a “cultura medo bloqueia as pessoas porque não se consegue perceber que tipo de projecto o país temâ€. A classe política “tem responsabilidades†mas a sociedade civil tem que “conseguir uma mobilização. Necessitamos de linhas de rumo e estratégias correctasâ€. – sublinhou José Roquette. Depois do parto deste Código de Ética, este responsável referiu que “foi uma surpresa agradável verificar que afinal o terreno estava mais bem preparado e receptivo do que à partida poderíamos imaginarâ€. Durante a elaboração deste Código de Ética da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) “tive ocasião de verificar que as pessoas se envolvem nestes temas e que estes têm importância para a vida delasâ€. Em Portugal, a sociedade civil, por contraponto da classe política,†não se mobiliza ou sente que a responsabilidade por aquilo que possa acontecer em Portugal basicamente é endossada à classe políticaâ€. E acrescenta: “não deve ser assim. Verifico que quando as pessoas se mobilizam por boas causas e boas razões conseguem transformar muita coisaâ€. Se existir mobilização conseguem ser “fermentos de transformaçãoâ€. Ao ser questionado se a vida das empresas e dos colaboradores mudará com este compromisso ético assinado pelos empresários, José Roquette esclarece que “já há resultados práticos e objectivos da influência de uma ética empresarial dentro de um conjunto de estruturasâ€. Em termos associativos, a Confederação do Comércio “já tem um código aplicável. Temos empresas que já interiorizaram o Código de Éticaâ€. Um código destina-se às pessoas. “Não há organizações e empresas que por si possam ser éticos. Serão éticos ou não serão éticos conforme as pessoas que têm a responsabilidade fundamental pela estratégiaâ€. Estão previstas sanções para quem não cumprir este código? Um dos pais deste documento declara que “as sanções previstas são de ordem social. E essas podem ser pesadasâ€. Quem se arriscar a ser considerado “socialmente irresponsável fica com má imagem†– afirmou. E deixa um alerta: “a curto prazo poderá aparecer um observatório do comportamento ético das empresas, nomeadamente aquelas que aderiram ao Código de Éticaâ€. Notícias relacionadas •Empresários não devem influenciar a decisão política


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