Nacional

Preocupações das Igrejas Lusófonas

Luís Filipe Santos
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Procurar a “Comunhão da Igreja pelo Desenvolvimento dos Povos” que se expressam em português foi o objectivo do IV Encontro das Conferências Episcopais dos Países Lusófonos, que se realizou em Cabo Verde, de 14 a 17 de Janeiro. Problema crescente em muitos países, nomeadamente africanos, é a HIV/SIDA. Por isso, os delegados das Conferências Episcopais Presentes pedem que “a prevenção seja baseada no combate às suas causas mais profundas, sem atacar a família e a beleza da sexualidade humana” – como afirma o Comunicado Final deste IV Encontro. É necessário, antes, desenvolver uma acção que reafirme a família como célula base “de toda a vida cristã e da sociedade”. E adiantam: “não é possível o desenvolvimento integral das sociedades lusófonas sem a existência de famílias estáveis”. Nesta iniciativa, os presentes evidenciaram “a vitalidade da Igreja que se expressa em Português, com mais de 150 milhões de católicos, profundamente inserida na sociedade e com actuações concretas nos mais diversos campos”. Como a Igreja não vive num mundo solitário, o comunicado final do encontro salienta que o relacionamento da Igreja com o Estado deve ser “em estreita colaboração com vista ao bem comum de toda a sociedade”. Com a “obrigação de ser fiel ao Evangelho e de identificar e lutar pelos critérios e valores que dignifiquem a pessoa”, a Igreja, através dos respectivos responsáveis nos países lusófonos, reafirma o seu desejo “de cooperar com os poderes legalmente instituídos, nas diversas áreas ao seu alcance mas sem nunca se confundirem ou identificarem com partidos políticos ou limitarem a sua liberdade de acção”. Uma promoção e dignidade do homem que passa também pelo Ensino e Formação, uma “aposta das Igrejas Lusófonas desde há largos anos e em todos os níveis de ensino”. No referido encontro, que contou com a presença de 7 países lusófonos e a ausência de Timor – Leste, a situação do Clero nas Igrejas lusófonas bem como “a formação dos seminaristas e a formação permanente deste mesmo clero foram amplamente debatidas”. Ficou decidido desenvolver as seguintes acções: “promover o intercâmbio de sacerdotes e bispos para a realização de retiros ou acções de formação”, “aderir ao programa de Teologia à distância” e “promover a aquisição da colecção de textos «Estudos Teológicos» da faculdade de Teologia da UCP. Avaliando o trabalho realizado pós encontro de Brasília, em 2001, os participantes pediram a continuação “do boletim Igrejas Lusófonas em Comunhão” e das campanhas de “Solidariedade entre as Conferências Episcopais para projectos claramente identificados” - salientou Jorge Líbano Monteiro, director executivo da Fundação Evangelização e Culturas. Um trabalho de cooperação lusófona que inclui a potenciação “da acção dos leigos missionários que representam uma força cada vez mais importante na aproximação e na comunhão das Igrejas Lusófonas”, apoiar todas as “iniciativas de geminação de paróquias” e a “entreajuda nos projectos de Rádios Católicas e educação na Guiné e em Angola”, sublinhou.


Igrejas Lusófonas