Oitenta e quatro obras integram a exposição de “Presépios” integrados no “V Prémio de Artesanato – Natal em Viana do Castelo”, distibuídos pelo Museu Municipal e pela Estalagem Melo Alvim, num ano em que o mote é dado pelo “Presépio Algarvio”.
Alberto Abreu, explicou que numa recente visita ao Algarve, descobriu este “presépio” que, ao contrário da tradição mais divulgada entre nós, apresenta a manifestação de Cristo aos homens, apresentando um “menino” já crescido, entronizado e empunhando os símbolos da realeza, ornamentado com as “cerarinhas” e com a fruta da época e mais tipica da região, as laranjas.
A outra novidade do concurso deste ano é a presença de diversas escolas que apresentam trabalhos, no átrio da ala nova do Museu, realizados pelos seus alunos, desde os mais pequenos dos ATL’s até aos utentes da Associação de Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão com Deficiência Mental. Subindo para a galeria do andar superior, encontramos um vasto conjunto de obras que recriam, do mais tradicional ao mais inovativo, o tradicional presépio de Belém, nas suas personagens centrais da família.
Os materiais, esses vão das simples massas alimentícias, passam por um conjunto de metais ligados ao reaproveitamento , com uma presença muito forte do tradicional barro, para acabar no ferro e na pedra. Quanto aos artistas, cujas mãos deram vida a estes tão distintos materiais, estão presentes os tradicionais ceramistas de Barcelos e de outros recantos do país, contam- se famílias inteiras de pais e filhos e irmãos a apresentarem trabalhos individuais. A idade aqui não conta. Estão expostas a concurso obras de crianças aos mais veteranos.
Entre estes destaca- se Emília Riobom que, aos 79 anos cumpridos esta semana, ainda chega a trabalhar 16 horas seguidas, esquecendo-se mesmo de comer, para dar asas à imaginação e criar um presépio em filigrana de papel que conta com cerca de mil peças – um “Registo”. Esta artesã, que trabalha sobretudo para coleccionadores e que no ano passado recebeu uma “Menção Honrosa”, tem vindo a participar nesta iniciativa porque gosta de Viana e de participar. Manuel Graça, depois de reformado, passou a dedicar- se ao artesanato, tendo-se dedicado, de há um ano para cá à criação de “Registos”, cujas figuras do presépio são criadas com todo o tipo de massas alimentícias.
A sua vinda este concurso a Viana do Castelo fica a dever-se à amizade com outros dois artesãos presentes na mostra procurado sobretudo «dar a conhecer a arte e ser apreciado pelo trabalho» que desenvolve. Sem «dificuldade para vender a arte» que produz Manuel Graça diz que gostaria de ver o seu trabalho «reconhecido», contudo manifesta a consciência de que poderá ser difícil já que os presépios presentes «estão uma maravilha» cada um dentro do seu género.
Esta exposição “Prémio de Artesanato – Natal em Viana do Castelo” poderá ser visitada até finais do mês de Janeiro de 2006.
