Conclusões das Jornadas Pedagógicas 2005, do Movimento de Educadores Católicos.
Realizaram-se em 10 e 11 de Março as Jornadas Pedagógicas promovidas pelo Movimento de Educadores católicos, com a presença de 330 professores inscritos.
Eis as conclusões aprovadas pela assembleia:
Os professores, em número de mais de três centenas, de todos os níveis dos ensinos básico e secundário, reunidos nas Jornadas Pedagógicas 2005 promovidas pelo Movimento de Educadores Católicos, com o tema Acreditar a profissão docente, reflectiram, com a ajuda de oradores especialistas em várias matérias, especialmente em Psicologia e Ciências da Educação (Eduardo Sá, José Matias Alves, Manuel Silva Costa, Nuno Crato, Manuel Pinto, João Amado, Paula Romão e José Maria Azevedo), sobre os múltiplos aspectos da acção do professor, sendo de salientar os pontos seguintes:
- A intenção destas Jornadas foi a de valorizar, dignificar e promover a imagem da profissão e da acção do professor, expressa no conceito de “acreditar a profissão docente”, termo polissémico e polivalente, que acentua a ideia de lhe dar crédito e valor social, de promover uma visão das pessoas e da sociedade que ajude os professores e a opinião pública à consciencialização da importância da missão que desempenham e ao prestígio da escola;
- Na reflexão desfilaram os aspectos essenciais dessa missão: o primado da afectividade, porque todas a acção educativa deve tornar-se uma expressão de afecto; a relação do professor com a instituição escola, seu local de trabalho, onde a autonomia e a criatividade possam assumir papel de relevo; a preocupação da ética no exercício profissional da docência, num apelo à afirmação de um compromisso de interacção entre direitos e deveres; fez-se também uma abordagem das relações entre a Escola e a comunicação social, já que os professores foram e são notícia, e frequentemente não por boas razões. Procurámos ainda analisar e reflectir em grupo sobre as formas diversificadas de prática pedagógica, para aprendermos que, mais que ensinar importa procurar que as crianças, adolescentes e jovens aprendam, tanto com rigor os aspectos científicos como as orientações e os valores para a vida. A sempre essencial mas nem sempre eficaz relação da escola com a família foi objecto de propostas para uma melhor interacção. Finalmente, desenvolveu-se uma apreciação sobre o processo de colocação de professores e da sua relação institucional com o Estado e com as escolas.
- De tudo o que foi apresentado e reflectido, ficaram algumas ideias-força para a acção:
- Importa conceber a tarefa do professor como um complexo alargado de acções cuja missão essencial é ajudar a crescer harmoniosamente a personalidade das crianças e dos jovens, enquanto se lhes ajuda a adquirir os saberes e conhecimentos necessários ao trabalho e à vida. Não se pode ser professor apenas de uma matéria científica, mas é indispensável promover a formação da personalidade e a criação de valores pessoais e sociais. Para isso contribui especialmente o exemplo.
- Assumir a exemplaridade de toda a acção docente no rigor científico e pedagógico, na dedicação aos alunos, numa atitude compreensiva, com regras abertas, equilibradas e humanizadas a cumprir por todos, tanto no domínio das matérias e da sua compreensão, como na definição de valores essenciais na acção, através da atenção à personalidade dos alunos;
- Os professores ficaram sensibilizados para a qualidade humana que devem procurar e promover na sua acção, buscando sempre um lugar de referência no coração dos jovens. Na imagem do pastor proposta pelo Bispo do Porto: procurar, conhecer, interessar-se, amar os alunos como uma atitude de alma, sabendo usar a psicologia, a pedagogia e a técnica sempre ao serviço da pessoa de cada um.
Neste contexto, os professores presentes fazem um apelo á comunicação social para que saiba dar da escola uma imagem mais positiva e um lugar mais consentâneo com a importância determinantes que tem na sociedade. Este apelo vai expresso numa moção anexa, aprovada pelos presentes.
