A Coordenadora Nacional da Comissão Nacional da Pastoral Operária (CNPO), Ana Maria Santos, espera que o próximo governo leve a cabo mudanças profundas na área da Saúde e da Segurança Social.
“A privatização da Saúde é inaceitável, os serviços não têm melhorado, e a questão da Segurança Social também é um problema sério, porque se está a reduzir a capacidade de distribuição e de solidariedade entre as pessoas”, referiu à Agência ECCLESIA.
Esta responsável esteve presente no Seminário Europeu do GEPO – Grupo Europeu de Pastoral Operária, que teve lugar em Madrid, na passada semana, para pedir “uma Europa socialmente alargada, uma Segurança Social para todos”. Em cima da mesa estiveram a situação da Segurança Social e do sistema de Saúde em cada país, os problemas que se apresentam para os trabalhadores e as diversas manifestações da sociedade civil e das Igrejas cristãs a respeito destes problemas.
Os responsáveis europeus criticaram a privatização da Segurança Social e da Saúde, bem como a perda de condições no serviço público, para a população. Ana Maria Santos considera que este percurso “feito de forma mais ou menos camuflada” atinge seriamente a capacidade de cada cidadão “viver uma vida digna”.
“A redução dos impostos é uma forma de reduzir a capacidade do Estado para dar resposta aos problemas sociais, à sua missão de distribuição colectiva, abrindo as portas ao sector privado. Isto pode ser uma armadilha”, constata.
O dedo foi apontado ainda ao fenómeno da corrupção e ao sistema neoliberal e de mercado, “onde só o lucro conta”. A responsável portuguesa refere que no nosso país “a situação não é animadora, tendo em conta as perspectivas”.
“Espero que no futuro haja mudanças, porque a saúde corre sérios riscos, é preciso um Sistema Nacional de Saúde que seja uma resposta aos problemas das pessoas”, explica.
Ao Estado pede-se “que seja capaz de levar por diante a distribuição equitativa das riquezas, que seja expressão de solidariedade entre uns e outros e as várias gerações, que tente diminuir a pobreza dos excluídos, que por cá tem aumentado”.
Para o futuro, a CNPO promete não baixar os braços e refere que “temos de consciencializar as pessoas das coisas que se estão a passar e levá-las a manifestarem-se contra esses problemas”.
“Há uma palavra que é preciso continuar a dizer: todo o ser humano tem direito a viver com dignidade”, conclui Ana Maria Santos.