Publicações: «O Padre das Prisões» em livro é um ensaio baseado na vida do padre João Gonçalves

Obra de Inês Leitão vai ser apresentada hoje na Feira do Livro de Aveiro
Lisboa, 14 jun 2016 (Ecclesia) – A autora do livro ‘O Padre das Prisões Portuguesas’ disse hoje à Agência ECCLESIA que a obra apresenta episódios do interior das cadeias, análises à presença da Igreja nesse ambiente e permite "traçar um caminho novo" na espiritualidade.
Inês Leitão explicou que o livro surge na sequência do “muito material que tinha guardado” da pré-investigação realizada para o documentário ‘O padre das prisões’ que foi apresentado a 20 de fevereiro 2015.
“Achei sobretudo que aquele material que não estava incluído, que era áudio, era importante partilhar com outras pessoas porque o que ouvi ajudou-me enquanto ser humano. As reflexões que ouvi o padre João fazer, fizeram-me traçar um caminho novo na minha espiritualidade. Ele fez-me lançar um novo olhar na minha espiritualidade”, desenvolveu a autora.
O livro ‘O Padre das Prisões Portuguesas, ensaio baseado na vida do Pe. João Gonçalves’ vai ser apresentado hoje na Feira do Livro de Aveiro, no Mercado Manuel Firmino, pelas 17h00, e dá a conhecer mais sobre o trabalho de 40 anos de assistência espiritual e religiosa nas cadeias do sacerdote católico da Diocese de Aveiro, que é atualmente o coordenador nacional da Pastoral Penitenciária da Igreja Católica.
A entrevistada destaca que o seu quarto livro é um ensaio e, por isso, permite ter “algumas declarações críticas, éticas, morais”, que são do padre João Gonçalves mas também “um caminho” que a autora traçou consigo.
Na obra com a chancela da Editorial ‘Caritas’, o leitor vai descobrir “episódios pontuais” com pessoas que estiveram na prisão com o padre João Gonçalves, “pensamentos que têm a ver com a lei que rege a entrada da Igreja nas prisões”, existe também um segmento que “dá importância, dá alguma compreensão ao leitor” sobre o que é a Pastoral Penitenciária atualmente e “mais alguns episódios que não estavam no documentário”.
A também argumentista conta que para si o padre João Gonçalves é primeiro um “ser humano de exceção” e, depois, um sacerdote que trabalha num dos lugares “mais difíceis de trabalhar”, que é a cadeia, um sítio de reclusão e “o ser humano não nasceu para estar preso”.
Inês Leitão destaca que o coordenador nacional da Pastoral Penitenciária da Igreja Católica faz para além de um trabalho de evangelização uma “acompanhamento à pessoa como nunca” conheceu.
“Ele fá-lo não por caridadezinha mas com respeito pelo outro e sobretudo pelo enorme amor que tem a Deus. Percebes que quando o padre João olha para o preso olha para Cristo e isso é o verdadeiro mistério da fé. Para mim foi inexcedível”, acrescentou, hoje à Agência ECCLESIA.
O documentário ‘O padre das prisões’ foi o terceiro trabalho da argumentista e escritora Inês Leitão e da sua irmã a realizadora Daniela Leitão relacionado com a Igreja e do qual ainda hoje recebe feedback; Antes apresentaram ‘Mulheres de Deus’, com as irmãs Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, e ‘O meu bairro’ dedicado ao trabalho dos Missionários da Consolata no bairro do Zambujal, periferia de Lisboa, e que foi entregue ao Papa Francisco.
“É mostrar a Igreja, o serviço e estes padres e pessoas trabalham com pessoas que estão na linha, na margem, sem mostrar isto não podemos mostrar a verdadeira Igreja porque isto é a Igreja dos pobres. É a Igreja daqueles que precisam e daqueles que se sacrificam e sofrem com eles. Eu acredito profundamente nesta igreja de Cristo”, assinalou ainda Inês Leitão.
CB/PR
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