«Só Deus sabe» - disse o Patriarca de Lisboa aos jornalistas.
O estado de saúde de João Paulo II “agravou-se muito seriamente nas últimas horas” – disse D. José Policarpo esta manhã aos jornalistas mas “só Deus sabe quanto tempo durará esta última etapa da vida do Papa”. “Este momento será fecundo para Igreja” – realçou o Patriarca de Lisboa, sobre o estado débil do Papa. Na conferência imprensa, o Patriarca de Lisboa referiu que “gostaria que as celebrações que hoje se realizam na diocese de Lisboa, e também nos próximos dias, tivessem explicitamente esse dom de união espiritual e de oração de acompanhamento do Santo Padre”.
A Igreja tem dois mil anos e o normal “é a continuidade”. Esta alterna-se “com a resposta ao momento que passa”. O mundo anda a uma velocidade estonteante por isso – realça o Patriarca de Lisboa – “não merece a pena fazer prognósticos” porque “as exigências concretas do futuro pontificado podem exigir atitudes e decisões que neste momento ninguém consegue prever”. O Pontificado de João Paulo II foi longo e “tem continuidade e originalidade”.
Em relação à estadia de João Paulo II no seu quarto e não na clínica Gemelli, D. José Policarpo sublinhou que “as notícias que temos foi uma opção dele”. E acrescenta: “nos últimos séculos seria a primeira vez que um Papa morria fora do Vaticano”.
Como nunca participou em nenhum conclave, o Patriarca de Lisboa disse que “será tudo uma grande surpresa para mim”. A sucessão “correrá normalmente” e “não prevejo nenhum ambiente dramático”. Para o futuro, D. José Policarpo mostrou a “sua disponibilidade total para fazer aquilo que a igreja me pede”.
Os últimos papas têm publicado sempre um texto sobre a sua sucessão. A Constituição Apostólica «Universi Dominici Gregis» - afirma D. José Policarpo – que “só quando for declarado oficialmente a morte do Santo Padre é que o processo se desencadeia”. Com a morte do Papa “cessam todas as estruturas do governo da Santa Sé”. O colégio dos cardeais assume o governo da Igreja. Nessa altura, os cardeais serão convocados para Roma. E adianta: “os eleitores que vivem em Roma devem esperar pelo menos 15 dias, antes de iniciar o conclave, para dar espaço aos cardeais que estão fora de Roma se dirigirem até lá”. No caso do bispo de Lisboa, D. José Policarpo anunciou aos jornalistas que “quer ir ao funeral do Santo Padre”.