D. Teodoro de Faria na Eucaristia de Quarta-Feira de Cinzas
Com a cerimónia da imposição das cinzas, a Igreja deu início ontem ao tempo da Quaresma. Na Sé do Funchal, o Bispo local presidiu à celebração da Eucaristia, tendo salientado na homilia a importância da vivência quaresmal. D. Teodoro de Faria salientou que “a Quaresma é uma caminhada para a Páscoa e a vinda do Espírito Santo no Pentecostes. Hoje damos o primeiro passo. A liturgia serve-se de sinais para dar o início da partida. Estes sinais mostram uma ruptura com o espírito da vida quotidiana e contribuem para marcar o começo da Quaresma”.
Na celebração, o prelado anunciou que, na Diocese do Funchal, a “renúncia da Quaresma, que tem a finalidade de unir a conversão à caridade”, será dirigida a duas instituições, uma diocesana, para ajuda na recuperação do edifício do Seminário da Encarnação, recentemente entregue à Diocese, e a outra às crianças da catequese da Diocese do Lubango, cidade fundada por madeirenses, em Angola.
Depois de se referir ao significado da bênção e imposição das cinzas, que “mostram a fragilidade da nossa vida e ao mesmo tempo a nossa grandeza, pois fomos criados para a vida e não para a morte, somos herdeiros da ressurreição de Jesus Cristo”, o prelado funchalense sublinhou alguns sinais que são próprios deste tempo litúrgico, como a cor dos paramentos da liturgia, que são roxos, “que não significa luto ou morte, mas sobriedade, preparando-nos para a luz esplenderosa da Páscoa”, a oração e as flores que nos altares terão o cunho da simplicidade.
“Toda a Quaresma é um convite a dar mais tempo à oração, ao retiro, à meditação da paixão na Via-Sacra e procissão dos Passos”, disse D. Teodoro de Faria, que acentuou ainda que “o momento importante, para viver uma Quaresma em plenitude, é o sacramento da Reconciliação, para receber individualmente o perdão de Deus misericordioso e, se ofendemos os nossos irmãos, pedir-lhes também o perdão e, se difamámos o próximo, reparar o bom nome. Com a confissão do pecado, proclama-se o Amor de Deus Pai”.
A concluir, sublinhou que a “espiritualidade da Quaresma fez renascer na Igreja várias obras de caridade, tendo em vista o verdadeiro bem do Homem em qualquer parte do universo, sendo também um contributo para a Paz”.
Sílvio Mendes/Jornal da Madeira