Questão do aborto não está fechada LuÃs Filipe Santos 15 de Fevereiro de 2007, às 17:30 ... Federação Portuguesa pela Vida exige «aconselhamento e acompanhamento» à s mulheres antes da decisão de abortar O povo português foi chamado a pronunciar-se sobre a despenalização do aborto e a maioria votou «Sim». Porém, 48 horas após o encerramento das urnas, verificou-se que o partido que governa "mentiu por estratégia eleitoral" - defendeu esta manhã Isilda Pegado, Presidente da Federação Portuguesa pela Vida (FPV), numa conferência de Imprensa sobre o resultado do referendo. Durante a campanha, dirigentes do Partido Socialista garantiram aos portugueses que com a pergunta a referendar "o aborto não seria liberalizado e, por isso, seria exigido "aconselhamento e acompanhamento à s mulheres, a fixar na regulamentação da lei" - frisou. Como a campanha é o momento próprio para as diferentes propostas submetidas ao voto sejam apresentadas, a Presidente da FPV e vice-presidente dos Juristas católicos lembrou aos jornalistas presentes que os defensores do «Não» realçavam que a pergunta era para a "liberalização do aborto, sem regras nem limites", mas o «Sim» objectou e afirmava que "a regulamentação do aborto a pedido criaria um quadro legal de aconselhamento, dissuasão e consentimento informado". Dias depois sobre a decisão dos votantes assiste-se "a declarações do lÃder da bancada do PS em que é negado tudo o atrás enunciado". Alberto Martins reiterou hoje a oposição da maioria socialista ao aconselhamento obrigatório para as mulheres que pretendam realizar um aborto até à s dez semanas, considerando que este mecanismo colocaria em causa "a livre decisão autónoma" da mulher. Segundo Isilda Pegada, perante estas afirmações, confirma-se que o "aborto será totalmente livre até à s dez semanas e apenas por vontade» da mulher". E avança: "o consentimento informado é uma prática na área da saúde, donde se conclui que o povo português foi dolosamente enganado". Assumam os compromissos eleitorais A confusão está instalada porque ontem os ministros e deputados realçavam que "o «Sim» iria combater o aborto" mas hoje, os mesmos, afirmam que "o aborto não implica regras de conduta ou a prestação de cuidados para o consentimento informado". Num dia, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem capacidade, no dia seguinte "não tem capacidade para prestar o serviço de aborto a pedido" - lamenta a presidente da FPV. A Federação Portuguesa pela Vida, em nome das dezenas de movimentos e associações que por todo o paÃs trabalham em defesa da vida, pedem aos polÃticos que defenderam o «Sim» no referendo à Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), que assumam "os compromissos eleitorais". Aos portugueses lançam um desafio para "o verdadeiro combate ao aborto, que, legal ou ilegal, será sempre uma chaga". Durante a campanha, os movimentos defensores do «Não» declaravam que "não é possÃvel impor qualquer tipo de compromisso, por parte das mulheres, que se propõem fazer o aborto". O alerta situa-se na "contradição daquilo que foi dito pelo PS e aquilo que, 48 horas depois, dizem aos portugueses". Foi dito "que o aborto por opção - sem invocar quaisquer razões - não iria acontecer" - salienta Isilda Pegado. Com o aconselhamento as posições "seriam balizadas" mas isso "não acontece". E acrescenta: "o bem maior, a saúde da mãe e do filho, está completamente desprotegido" - denuncia. ClÃnicas privadas de aborto Isilda Pegado questiona: "uma mulher antes de fazer um aborto fará uma ecografia? Verá essa ecografia? Sabe as consequência fÃsicas e psÃquicas que aquele acto vai determinar no seu corpo e sua vida?". A estes actos chamam-se "consentimento informado". Conforme informações veiculadas, o aborto não será totalmente praticado no Serviço Nacional e Saúde. Este "será remetido para as clÃnicas privadas de aborto". Será que estes estabelecimentos, cujo «negócio» é fazer aborto, farão "aconselhamento no sentido da prevenção e da não repetição?". A lei portuguesa "não limita o número de abortos que as mulheres poderão fazer a seu pedido por isso estamos perante uma lei "que poderá ser entendida como uma mais liberais de toda a Europa" - disse a vice-presidente dos Juristas Católicos. O Presidente da República, AnÃbal Cavaco Silva, apelou ao "bom senso" nesta matéria, para unir os portugueses. Isilda Pegado considera que, pelo desenrolar dos acontecimentos, a questão do aborto "não está fechada" porque o dia 11 de Fevereiro "não foi o fim da questão da lei do aborto". Seguramente,os constitucionalistas terão "uma palavra a dizer sobre este assunto" porque "questão trouxe à cena polÃtica a decisão de apenas um quarto dos portugueses". Ao fazer as contas, a questão do referendo passou com os votos favoráveis de três em dez portugueses. "Dois votaram não e os outros cinco não disseram nada" - esclareceu Isilda Pegado. Os movimentos que defenderam o «Não» ao aborto "irão continuar o trabalho" e iremos ampliar a rede de instituições de apoio à s mulheres e à s crianças" - disse a Presidente da FPV à Agência ECCLESIA. Aborto Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...