Tiveram lugar nos dias 24 e 25 de Março, na Casa da Cultura, em Coimbra as Jornadas de Teologia do Instituto Superior de Estudos Teológicos de Coimbra (ISET) subordinadas ao tema “A Vida Humana: da Sociedade às (Muitas) Profanações”.
O Bispo das Forças Armadas e Segurança, D. Januário Torgal Ferreira, falou sobre “Novas Propostas para a Dignificação da Vida Humana Perante as Tentativas de Algumas Soluções Fracturantes”. O prelado lembrou que há sectores na sociedade laica que não sabem aquilo que a Igreja tem feito em prol da Imigração, e as posições tomadas sobre a escravatura sexual de muitas mulheres que vêm ao engodo para Portugal».
D.Januário condenou, igualmente, o aborto, fundamentando a sua posição: «O aborto não é indevido por razões religiosas. Dizemos não ao aborto, porque Deus é contra a morte». «Razão porque», prosseguiu o Bispo, «defender a vida até à morte natural, é um serviço à humanidade e à civilização».
O Pe. Virgílio Miranda Neves, professor no ISET e pároco do Louriçal, falou sobre “O Despertar de Novos Rumos Proféticos”. Para o orador «este é um desafio que temos de enfrentar e de dar resposta», porque «temos de abrir ao novo, aceitando dialogar dentro das realidades da história».
Alfredo Bruto da Costa, vice-presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, falou sobre os paradoxos que, a propósito da vida, nos apresenta a sociedade actual. Maria José Nogueira Pinto, antiga Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, debruçou-se sobre “Os Pequenos Mundos de Silêncio” provocados pela marginalização, pela violência e até pela escravização.
Agostinho Almeida Santos, especialista em bióetica, dissertou sobre as últimas conquistas da ciência e dos desafios que estas colocam aos investigadores, aos médicos e outros profissionais de saúde, crentes e ao cidadão comum. Adelino Guarda, docente do ISET, falou do problema da morte que se tem tornado um tabu nesta sociedade que não respeita a vida em toda a sua dimensão.
O director do ISET, padre Jesus Ramos, em representação do bispo da Diocese, justificou a ausência de Dom Albino, congratulou-se com os temas desenvolvidos pelos conferencistas e reconheceu que «hoje há realidades novas que têm, também, de levar à mudança de mentalidades». «Mentalidade cristã aberta ao novo é um pequeno passo», concluiu o referido responsável pelo Instituto Superior de Estudos Teológicos de Coimbra.
Rui André Santos/Correio de Coimbra