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Recuperação da Catedral de Viana pode ficar incompleta

Paulo Gomes
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O projecto de recuperação da Sé de Viana do Castelo corre o risco de ficar incompleto em virtude de, há mais de 20 anos, a sala inferior à “Capela do Senhor dos Passos” ter sido transformada em armazém de uma drogaria da cidade. O projecto de recuperação da Sé Catedral previa para aquele espaço a criação de uma «cripta tumular», onde possam ser sepultados os bispos da Diocese que assim o desejem, além de um pequeno espaço de oração, adiantou o pároco. O padre Armando Dias adiantou ao Diário do Minho que o projecto de recuperação daquele templo «vai continuar» e que tem havido tentativas de solução para aquele espaço, contudo, a paróquia não tem capacidade para fazer face à indemnização, de mais de 40 mil Euros, pretendida pelo dono da drogaria. O pároco da Sé explicou que aquela sala foi cedida há mais de 20 anos para armazém numa altura em que o pai do actual dono da drogaria era membro da Confraria do Santíssimo, recebendo actualmente a paróquia cerca de 300 Euros, por ano, pelo aluguer do espaço. Apesar de reconhecer estar de «mãos atadas», porque legalmente o inquilino do armazém tem todos os direitos sobre o espaço, o padre Armando Dias diz que a recuperação vai prosseguir, deixando para trás aquele espaço à espera de melhores dias, ou seja, de uma solução para a retirada do actual locatário. Neste momento decorre a terceira fase da recuperação das coberturas do templo, que está orçada em 58.883 euros, e que deverá estar concluída até ao final do próximo mês de Julho. As obras na cobertura iniciaram-se há cerca de três anos e visam acabar com as infiltrações de água, que, de acordo com o pároco, «em algumas zonas tinham deixado o madeiramento completamente podre», sendo o corpo da igreja aquele que apresentava maiores danos. Esta terceira fase «não resolverá de vez o problema », porque continua a faltar a intervenção que abarque os «anexos e a capelas da Igreja» abrangerá a zona da sacristia mor, «que é muito rica» mas onde se registam muitas infiltrações de água. Este templo, elevado à categoria de Catedral, aquando da criação da Diocese de Viana do Castelo, é um edifício românico-gótico do século XV, que entretanto foi classificado como imóvel de interesse público.


Diocese de Viana