Nacional

(Re)Descobrir o Sagrado

Luís Filipe Santos
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Proposta da Associação de Estudantes de Teologia de Coimbra

“Perceber os desafios de hoje na relação com o sagrado” – foi o objectivo central da XII Semana de Estudos, promovida pela Associação de Estudantes de Teologia de Coimbra, de 8 a 10 de Março, no Auditório do Instituto Justiça e Paz, na cidade o Mondego. “A Era do Vazio?” dominou o primeiro dia de trabalhos que teve como intervenientes Marinho Antunes e Teresa Carla Oliveira que referiram que a nossa época “não é de vazio”. As vivências contemporâneas são “de mudança” o que traz consigo “novos desafios: reconfiguração da linguagem e gestos” – disse à Agência ECCLESIA Luís Miranda, da referida associação. E acentua: “as nossas atitudes e linguagens são estranhas à maioria das pessoas”. Numa época onde o homem “precisa da espiritualidade (dinamismo de vida interior) temos tantas espiritualidades como homens e mulheres”. Para abordar a esta questão, os estudantes convidaram o Pe. António Fontes que reflectiu sobre a Piedade Popular. Luis Miranda sublinhou que, antigamente, associava-se a Piedade Popular “aos meios rurais e gente inculta” mas, actualmente, gente com “formação superior anda nesta linha”. A Piedade Popular, no nosso tempo, é uma forma das pessoas se “relacionaram com o sagrado” – afirma. Os gestos e símbolos são “alimento da relação com o sagrado”. Como estes rituais carecem de formação, os participantes apelaram para que haja um “comprometimento dos homens e mulheres nesta realidade”. A Piedade Popular ainda está enraizada nas pessoas mas os tempos contemporâneos trouxeram também “o fascínio pela espiritualidade oriental”. Um contraste porque as pessoas tanto estão no “Yoga como, logo a seguir, vão a pé a Fátima”. Uma “aparente incongruência” mas o Budismo traz “algum fascínio” e “não é impeditivo das pessoas se manterem noutras religiões” – disse António Teixeira, da União Budista Portuguesa.


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