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Refugiados: Cardeal-patriarca elogia viagem do Papa à ilha de Lesbos

Agência Ecclesia
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DR, Porto de Lesbos
DR, Porto de Lesbos

Bispos de Portugal denunciam a «ineficácia da comunidade europeia»

Fátima, Santarém, 07 abr 2016 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa elogiou hoje a viagem do Papa á ilha de Lesbos e disse que é necessário “não deixar fugir da agenda” a questão dos refugiados, para não esquecer “o que está por resolver”.

“Tudo o que seja pôr esta questão na agenda e não a deixar fugir da agenda é fundamental”, afirmou D. Manuel Clemente aos jornalistas no fim da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal (CEP), que hoje terminou em Fátima.

O presidente da CEP recordou o impacto da viagem do Papa à ilha italiana de Lampedusa, em julho de 2013, referindo que “agitou a opinião pública mundial”.

“São tantos os problemas de ordem mundial, é tal a catadupa de factos e às vezes de ‘fait-divers’ que nós corremos o risco de esquecer aquilo que está por resolver”, recordou.

Para o patriarca de Lisboa, “não basta lembrar uma vez”, antes é necessário “manter isto constantemente em agenda, agora até com o envolvimento do patriarca de Constantinopla [atual Istambul, Turquia], que está mais perto”.

“Tudo o que se faça nesse sentido é bom”, sublinhou.

Na Assembleia Plenária da CEP, os bispos de Portugal solidarizaram-se com “todos os refugiados”, lamentando a “que a morte continue a acontecer em vários lugares” e “a ineficácia da comunidade europeia perante o drama dos refugiados”.

O episcopado espera que “se encontrem rapidamente soluções que restituam um estatuto de dignidade a quem sofre em condições indignas”.

“A Igreja continuará a apoiar de um modo muito especial, através das suas instituições, aqueles que permanecem nos países atingidos por conflitos. Espera-se que as pessoas e instituições se mantenham disponíveis para acolher os refugiados, para que tenham qualidade de vida e se integrem na sociedade”, refere o Comunicado Final.

O Vaticano informou hoje que o Papa vai visitar os refugiados da ilha grega de Lesbos na companhia do patriarca de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), Bartolomeu, a 16 de abril, e, juntamente com o arcebispo ortodoxo de Atenas, Jerónimo II, "vão encontrar-se com os refugiados ali hospedados", refere a nota oficial da sala de imprensa da Santa Sé.

PR/OC



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