Fátima já pediu listagem dos santuários existentes em cada diocese do país
À margem do congresso anual da Associação de Reitores de Santuários (A.R.S) de França, reunida em Fátima até 17 de Janeiro, realizou-se ontem uma reunião entre dezanove reitores de santuários portugueses. Do encontro nasceu o desejo da criação de uma associação de reitores de santuários de Portugal, à semelhança da congénere francesa, fundada em 1974.
“(A criação da associação portuguesa de reitores) é mais que uma ideia, é já um desejo, poderemos dizer que já está em marcha”, afirmou esta manhã à imprensa o Reitor do Santuário de Fátima.
A divulgação do encontro de ontem foi feita esta manhã, dia 16 de Janeiro, pelo Reitor do Santuário de Fátima, durante a mesa redonda que congregou os 108 participantes no Congresso da ARS e os 19 reitores portugueses.
Mons. Luciano Guerra explicou que esta ideia de juntar em Fátima os reitores franceses e os portugueses foi lançada pelo presidente da ARS, Mons. Patrick Jacquin, reitor do Santuário de Notre Dame de Paris e presidente da associação francesa.
Lançado o desafio, o Santuário de Fátima enviou aos bispos portugueses um pedido de envio de listagem sobe os santuários existentes em cada diocese do país.
Reunidos ontem, pela primeira vez, em Fátima, dezanove reitores portugueses concordaram na importância em fazerem um estudo para se conhecerem melhor e eventualmente para avançarem com a criação da associação.
Assim, foi já criada uma comissão, composta por três reitores de santuários portugueses, que reunirá para preparar um primeiro encontro de trabalho, agendado para Janeiro de 2008. Integram a comissão os reitores dos Santuários de Cristo Rei, de Schoenstatt (Aveiro) e de Balazar.
Presidiu à mesa redonda desta manhã e também à Eucaristia que se lhe seguiu, o Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, que, nas palavras de abertura do encontro, agradeceu a presença dos reitores franceses em Portugal e o acolhimento que lhe estava a ser dado por todos os congressistas.
“Os santuários são lugares essenciais para quem se mete a caminho à procura de Deus”, disse o Cardeal Patriarca de Lisboa, ao salientar que a “mobilidade” é uma característica, uma “manifestação cultural e espiritual do nosso tempo”, e é neste sentido que cabe aos santuários “ajudar quem de mete a caminho”.
Também D. Le Gall, arcebispo de Toulouse e representante da Conferência Episcopal Francesa neste congresso em Fátima, focou a mobilidade, nomeadamente as peregrinações de jovens aos santuários, como um “elemento de esperança”, conhecido e reconhecido pelos bispos de França.
“Acolher em cessar” é também a ‘palavra de ordem’ do presidente da ARS. D. Patrick Jacquin sublinhou, em declarações à imprensa, que os santuários devem “acolher cada vez melhor” os peregrinos e visitantes, devem “acolher sem cessar quem quer descobrir o que é a Igreja e o que é a fé”.
Estão inscritos no congresso da ARS 108 participantes de 75 santuários franceses, um santuário suíço e um outro da Bélgica. Hoje juntaram-se ao grupo os 19 reitores de Portugal.