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Renovação Litúrgica em Viana do Castelo

Paulo Gomes
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O Encontro de Pastoral Litúrgica da diocese de Viana do Castelo, que congregou no novo auditório do Centro Paulo VI, cerca de meio milhar de pessoas, ao longo do fim-de-semana, terminou com o Bispo diocesano a investir 38 novos Ministros Extraordinários da Comunhão (MEC’s). Durante a celebração, D. José Augusto Pedreira recomendou que cada um dos presentes se torne, através da sua conduta de vida, num testemunho do tempo novo trazido por Cristo. Um dos sinais desta renovação, a partir de algumas das propostas do Sínodo Diocesano, é o acolhimento das pessoas na igreja. Para o prelado, é urgente investir neste “ministério” tendo em atenção a mobilidade cada vez maior das pessoas e um cuidado particular, insistiu, no acolhimento às pessoas que estão em «situação irregular », mas que continuam a frequentar os templos. Neste fecho de encontro, o prelado vincou a necessidade da formação contínua e da formação litúrgica, em particular para todos os que exercem ministérios relacionados com a celebração do Dia do Senhor. Aos novos Ministros Extraordinários da Comunhão, além de recordar a fidelidade necessária e o testemunho que se espera, o Bispo de Viana salientou que a sua missão é para ser exercida sobretudo fora do templo, levando a Comunhão àqueles que não puderam participar na celebração da comunidade. Sobretudo, os idosos, os doentes e os acamados. Encontro sobre a Liturgia das Horas Antes da celebração conclusiva, os participantes continuaram as reflexões sobre a “Liturgia das Horas”, temática central do encontro, nomeadamente os “elementos constitutivos” desta liturgia da Igreja e o seu canto. O director do Seminário Menor de Braga, cónego Manuel Joaquim Fernandes, abordou detalhadamente os diversos elementos, fazendo ressaltar que esta oração, dado o seu coração ser constituído pelos salmos, tem um pendor musical. Esta abordagem foi feita pelo padre Jorge Barbosa, especialista em Canto Gregoriano e Música Sacra. Procurando caracterizar a essência dos salmos, além de ressaltar que se trata da Palavra de Deus, dada a sua origem e inspiração, sublinhou que são «belíssimos hinos» que têm a virtude de elevar o espírito do homem para Deus, que ajudam a dar graças na prosperidade, sendo consolo na adversidade. Frisando repetidamente que se trata de oração de toda a Igreja, e não apenas dos padres ou dos consagrados, aconselhou os presentes a investir numa maior e mais profunda formação bíblica, nomeadamente sobre o livro dos salmos, para tirar melhor proveito desta oração que consagra as horas da jornada, sobretudo o início e o fim de cada dia. A maneira de rezar estes «poemas de louvor» está marcada pela sua estrutura, que tem um pendor musical que é indicativa da sua execução. Segundo o palestrante, «as palavras dos salmos ajudam a orar com mais facilidade, dando graças e glorificando», e, tanto rezados como cantados, introduzem o fiel no contexto da comunhão universal da Igreja. Assinalando que os salmos têm de ser rezados numa perspectiva cristológica, o cónego Manuel Joaquim Costa, que também é o director do Secretariado da Pastoral Litúrgica da Arquidiocese de Braga, desafiou os participantes a, progressivamente, se entusiasmarem com a oração da Liturgia das Horas e a levarem- na à comunidade paroquial, porque «não é tão difícil como parece à primeira vista» e, ao mesmo tempo, vai actualizar o que determinou e incentivou o Concílio Vaticano II há mais de quarenta anos. Paulo Gomes/Diário do Minho


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