Nacional

"Sem Justiça não há Paz...que justiça?"

AAVV
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Em Setúbal e Integrado no programa da campanha «10 milhões de estrelas - 2004»

Integrado no programa da campanha “10 milhões de estrelas - 2004”, entre nós da iniciativa da Caritas, realizou-se no passado dia 30 de Novembro, no Salão Nobre da CMS, um colóquio subordinado ao tema “Sem Justiça não há Paz...que justiça?”, sendo orador o conhecido teólogo Frei Bento Domingues. Esta campanha pretende que na noite de 24 de Dezembro sejam acesas 10 milhões de luzes, simbolizando uma adesão maciça aos comportamentos que restituam paz e justiça a este mundo doente onde proliferam as guerras e as atitudes de retaliação violenta. No citado colóquio, Frei Bento veio colocar todos os presentes perante uma realidade que nos faz entender que a falta de Justiça está na génese da tremenda falta de Paz. Ilustrou esta tese com imensos casos da actualidade nacional e internacional, casos que todos conhecemos pelos meios de comunicação, e com contínuas leituras dos livros sagrados, em perfeita sintonia com a ideia de que a falta de justiça gera inevitavelmente a guerra, a revolta, a exclusão ou a pobreza. Raramente se ouviu uma tão profunda meditação sobre a Paz, uma tão contundente crítica a todos aqueles que geram e mantêm as injustiças e as mentiras, uma tão penetrante acção evangelizadora, um tão forte apelo a todos os homens de boa vontade, sejam de que religião forem, para consciencializarem as imensas formas de injustiça no nosso mundo e para compreenderem qual a responsabilidade de todos nós na persistência dessas injustiças. Embora a assistência ao colóquio pudesse (e devesse) ser mais numerosa, a participação foi apreciável, demonstrando o interesse do tema e assinalando a penetração evangelizadora do discurso. Alguns dos intervenientes lamentaram a escassez de debates como este, em que se faz a fundamentação evangélica duma conduta baseada no Amor e na entreajuda aos outros nossos irmãos, oportunidades tantas vezes perdidas nas reuniões dominicais dos cristãos. O facto de estar uma sala mal cheia significará que, pelo menos entre os cristãos, não se está suficientemente atento ás injustiças? Será que viver de harmonia com a vida de Jesus amando os outros até ao sacrifício é preterido por um cumprimento exclusivo dos preceitos litúrgicos? Muitos dos presentes saíram do Salão Nobre com a inquietação nos seus corações! Mário Moura


Caritas