Tenente Coronel Almeida Marques fala da importância do apoio religioso naquele estabelecimento prisional
O apoio religioso no Presídio Militar de Tomar “tem uma importância primordial para os presos” – confessou à Agência ECCLESIA o Tenente Coronel Almeida Marques, comandante daquela unidade militar até ao passado mês de Setembro. Os diálogos com o capelão são “libertadores” e “ajuda-os a resolver os seus problemas” – disse aquele responsável que esteve dois anos à frente dos destinos do Presídio Militar de Tomar.
Ao olhar para aquele período que o marcou “intensamente”, Almeida Marques refere que aquela casa tem indivíduos “com formação religiosa e outros, que através de um acompanhamento, descobriram a fé”. Quem chefia uma casa daquelas muitas vezes é “um ombro amigo”.
Após a saída destes reclusos, o ex-comandante daquela unidade acredita que ficam “sempre sementes”. Daquele grupo – realça Almeida Marques – “tenho a certeza que alguns continuarão a ir à Igreja”. O acompanhamento religioso “é importante para a formação moral e cívica”. E acrescenta: “uma das nossas missões é dar um suporte ao indivíduo para que quando ele chegar cá fora saber resolver os problemas”.
Ao recordar as actividades dos reclusos, o Tenente Coronel salienta que alguns “tinham um papel bastante activo: decoração da Igreja, fazer vitrais e contribuíam para os arranjos”.
Durante os dois anos que esteve no presídio, Almeida Marques fundou o jornal «Um Amanhã». Um mensário que tem a colaboração dos reclusos porque “achei que era fundamental para a ocupação dos tempos livres deles”. E acrescenta: “uma maneira de eles libertarem a alma”. O último número tem 17 páginas e várias rubricas. Uma delas (3 páginas) – “Um amanhã... no apoio moral e Religioso” – destina-se a notícias eclesiais. S. Vicente de Paulo; Santa Teresa de Lisieux, Comunidade Taizé e um livro sobre João Paulo II ocupam aquele espaço. O jornal tem também uma longa entrevista com a Irmã Maria Celina de Jesus Crucificado, Prioresa do Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra.
