Num cenário de crise que se reflecte cada vez mais no dia-a-dia das famílias portuguesas, o Bispo de Setúbal diz que há crianças que só fazem uma refeição, que é dada na escola.
D.Gilberto Reis fala também em pobreza envergonhada, num distrito onde a fome tem vindo a aumentar. “Há escolas em que me dizem que, se não fosse a refeição que as crianças comem na escola, ficariam praticamente sem comer, porque, às vezes, por falta de recursos, outras por descuido, essa situação acontece e em mais do que um lugar”.
“Depois, também há situações de uma pobreza envergonhada que faz com que as pessoas arranjem estratagemas para poder passar. O estratagema é, muitas vezes, esconder as suas necessidades passando mal” – salientou o Bispo.
Para os que estão a ser mais afectados pela crise, o Sacerdote deixa o conselho: não se resignem. “Dir-lhes-ia, como o povo, que a esperança é a última a morrer e que o que seria dramático é cruzar as mãos”.
“Deus é surpreendente e, às vezes, a seguir a uma crise, traz novidade, traz criatividade e a vida muda. Por isso, eu diria a essas pessoas que estão pior, primeiro que gritem. Não fica mal a ninguém gritar: ficar em casa sem comer ou ficar em casa desesperado é o pior que pode acontecer. Gritem e Deus, através dos gritos delas, está próximo, mais próximo do que se poderia imaginar e estou certo que lhes dará resposta”.