Nova obra recolhe testemunho pessoal de 33 pessoas de diversas áreas
«E vós, quem dizeis que Eu Sou?» é o nome do livro lançado esta Quarta-feira pelo Serviço Pastoral do Ensino Superior de Setúbal - SPESS. A publicação, sob a chancela da Paulos, recolhe testemunhos, de punhos particulares, de pessoas mais ou menos conhecidas, que respondem a esta pergunta, formulando um testemunho de vida.
“O livro é um grande desafio”, explica o Pe. Marco Luís, responsável pelo SPESS.A resposta a uma pergunta com dois mil anos “continua em aberto e tem de ser respondida por cada um de nós”. Foi o que o livro pretendeu, compilando o testemunho pessoal de 33 pessoas de áreas como a música, a educação, a saúde, a economia, a magistratura, a comunicação social, a política, a artes, e também professores e alunos do Instituto Politécnico de Setúbal.
Com o prefácio de D. Manuel Martins, bispo emérito de Setúbal, o livro apresenta, na sua maioria, testemunhos de leigos. O objectivo “é estimular o testemunho dos cristãos no meio do mundo. Quando o mundo quer empurrar a espiritualidade para o segundo plano, queremos apostar numa laicidade num sentido positivo e, sem medo, falar no que acreditamos”.
Sem escolher nenhum em particular, o Pe. Marco afirma não haver testemunhos iguais. “Não há respostas iguais e, sendo uma colectânea de testemunhos, lêem-se muito facilmente. Tem histórias muito fortes”, sublinha.
O lançamento desta publicação acompanhou também a apresentação de outro projecto. O Fundo de Esperança Solidária quer ajudar alunos do ensino superior de Setúbal em dificuldades. As receitas da venda do livro revertem para o Fundo Esperança Solidária.
Numa proximidade “muito positiva com o serviço de acção social, fomos percebendo os casos que eles não conseguem enquadrar”, explica o Pe. Marco Luís. “Alunos estrangeiros dos PALOP’s ou de outros países, pessoas que não estão abrangidas pelas bolsas de estudo, ou mesmo sendo bolseiros precisam por vezes de ajudas de emergência”.
O Fundo de ajuda material está também a estender-se à área da saúde. Estão a ser estabelecidos protocolos junto de médicos e estabelecimentos de saúde, em especial de oftalmologia e dentista que “são as áreas que os alunos mais necessitam” para que os alunos possam ter acesso a consultas “a preços mais baixos e assumidos pelo Fundo de Esperança”.
O Pe. Marco frisa que este Fundo “não quer gerar dependências, nem é entendido como uma bolsa”. Quer sim acompanhar situações que “têm de ser trabalhadas em conjunto com a acção social, mas que são, muitas vezes passageiras”. O sacerdote aponta esta como “uma ajuda menos institucionalizada”, que pretende encontrar parcerias com a instituições diocesanas, como a Caritas, os centros sociais paroquiais e a Santa Casa da Misericórdia, por exemplo.
As necessidades são acompanhadas pela equipa de acção social que encontra situações de “alunos bolseiros mas que precisam de maior ajuda” e outros “não bolseiros que não estão enquadrados mas têm dramas complicados, muitas vezes difíceis de colocar por escrito, mas precisam ser acompanhados”. O sacerdote aponta ainda “situações de emergência que não estão programadas”.
O Fundo Esperança Solidária está a ser pensado há um ano, data em que o Pe. Marco Luís assumiu o SPESS. A par deste projecto, o serviço dinamiza espaços culturais e espirituais para a comunidade universitária.