Nacional

"Somos cidadãos da Europa"

AAVV
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D. Teodoro de Faria, bispo do Funchal, na celebração do Dia da Região Autónoma da Madeira e das Comunidades Madeirenses.

Com a “grande abstenção para a eleição dos deputados ao Parlamento Europeu”, D. Teodoro de Faria, bispo do Funchal, julga que “falta ainda muito entusiasmo para a construção europeia” E acentua: “tem grande importância a formação da consciência dos cidadãos europeus principalmente das crianças e jovens”. Na celebração do Dia da Região Autónoma da Madeira e das Comunidades Madeirenses, 1 de Julho, o prelado sublinhou que “as sociedades como os homens não se medem aos palmos; conta, isso sim, a sua estatura moral, participação no progresso da humanidade, condições de vida, educação para a paz e o acolhimento, para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna, para todos os que procuram um pequeno oásis de bem estar e sossego”. A mudança do cenário de fundo para o desenvolvimento da Madeira, segundo o Bispo do Funchal, deve-se a dois factores principais: “a Autonomia e a Entrada na Europa”. “Terminaram os tempos em que os responsáveis da sociedade madeirense dependiam fortemente da vontade política de Lisboa, a qual não deixava grande espaço de autonomia nem de decisão no que diz respeito aos destinos deste povo, ficando por vezes sujeito a políticas fora do contexto, à mercê da sorte e dos acontecimentos. Com a Autonomia e a entrada na Europa o cenário de fundo mudou”. O projecto Europeu não é apenas económico, mas espiritual, sublinha D. Teodoro de Faria, citando para o efeito a afirmação do cardeal Lustiger, arcebispo de Paris, e de origem judia, no Jornal Le Fígaro de 12 de Setembro de 2003: “ao criar a comunidade do carvão e do aço, os pais da Europa não visavam um projecto económico, mas por um acto tanto simbolicamente expressivo como concretamente eficaz, eles fundavam uma obra de perdão, de reconciliação, de verdade entre os dois povos: eles queriam partir as espadas para construir uma sociedade pacífica na justiça e na paz”. O Bispo insiste nas opções espirituais mais profundas: “é preciso discernir que sob o aspecto imediato dos interesses económicos e políticos, tem importância decisiva as opções espirituais mais profundas em favor do perdão, da reconciliação, da liberdade e da paz”.


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