Nacional

STOP à discriminação dos ciganos

Luís Filipe Santos
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Os problemas de “discriminação e esquecimento a que historicamente a etnia cigana tem sido votada, o que originou «raízes de amargura» nos ciganos e a evangelização das comunidades ciganas, considerada essencial para a sua transformação” – forma dois pontos essenciais que estiveram em reflexão no 30º Encontro Nacional da Pastoral dos Ciganos, realizado em Fátima, de 21 a 23 de Novembro. Uma iniciativa presidida por D. Manuel Martins, vogal da Comissão Episcopal das Migrações e Turismo e contou com participantes das dioceses de Bragança, Porto, Viseu, Leiria-Fátima, Santarém, Lisboa, Setúbal, Évora, Beja e Algarve. De Granada, Espanha, participaram as Irmãs Belén Carrera (cigana) e Paloma Soares, tendo a primeira referido o seu percurso de fé, na “condição de cigana de um bairro pobre, até chegar à vida religiosa” – sublinham as conclusões. A antropóloga Fátima Mourão desenvolveu o tema das “resistências culturais na relação entre os ciganos e a escola”, tendo apelado para o “entrosamento entre os domínios político, social, económico e religioso e para a união dos ciganos como meios para se conseguir a sua compreensão pela sociedade portuguesa”. Efectuou-se também uma análise dos “avanços” verificados quer pela Obra Nacional Pastoral dos Ciganos, designadamente, “nos domínios da evangelização, da revisão da legislação sobre o comércio ambulante e da denúncia de casos de dureza excessiva em intervenções policiais”. A Igreja em Portugal e a sociedade portuguesa “devem apoiar o empenho pastoral em favor dos ciganos, nos termos das conclusões do V Congresso Mundial, incrementando a solidariedade para com a população cigana e rejeitando a desconfiança e a indiferença” - conforme expresso na mensagem de João Paulo II. E avançam: “deverá ser incrementada a actuação dos mediadores socioculturais ciganos e regulamentado o seu estatuto, como meio privilegiado para promover a multiculturalidade nas estruturas escolares, por forma a assegurar o sucesso escolar das crianças ciganas e a incentivar a conclusão da escolaridade mínima obrigatória”.


Pastoral dos Ciganos