Comemora-se o Dia dos Avós. O Departamento da Pastoral Familiar da Arquidiocese de Bragafelicita todos os avós. Esta é uma homenagem feliz e oportuna, que chama a atenção para o papel tantas vezes injustamente esquecido, mas cada vez mais importante, num tempo como o nosso em que os pais e mães “não têm tempo” para a família.
Deixamos uma mensagem, baseada no documento do Conselho Pontifício para os Leigos “A dignidade do ancião e a sua missão na Igreja e no mundo”, alicerçada em cinco palavras carregadas de perspectivas variadas a solicitar uma reflexão. São elas: gratuidade, memória, experiência, interdependência e a visão mais completa da vida.
Os avós têm muito que ensinar à sociedade. Numa sociedade consumista, que tudo mede através da eficácia, os avós ensinam, primeiramente, a gratuidade, este desinteresse na ajuda aos demais que os caracteriza.
Em segundo lugar, dos avós pode-se aprender a memória. «As gerações mais jovens vão perdendo o sentido da história e com ele o da própria identidade. Uma sociedade que ignora o passado corre o perigo de cometer com facilidade os mesmos erros».
Hoje vivemos num mundo em que as respostas da ciência e da técnica parecem ter enterrado a utilidade da experiência da vida acumulada pelos avós na vida. Esta é precisamente outra das grandes contribuições dos mais velhos — a experiência. Em quarto lugar, os avós ensinam a interdependência.
Ninguém pode viver sozinho, porém o individualismo e o protagonismo reinantes escondem esta verdade. «Os idosos, com a sua busca de companhia, desafiam uma sociedade em que os mais fracos são frequentemente abandonados a si mesmos, lembrando a natureza social do homem e a sua necessidade de voltar a tecer a rede de relações interpessoais e sociais».
Finalmente, os avós têm uma visão mais completa da vida. A nossa vida está dominada pela pressa e agitação. É uma vida distraída, que se esquece das perguntas fundamentais sobre a vocação, a dignidade, o destino do homem.
A terceira idade é também a idade da simplicidade, da contemplação. Os valores afectivos, morais e religiosos vividos pelos avós são um recurso indispensável para o equilíbrio da sociedade, das famílias, das pessoas…
Os avós entendem muito bem a superioridade do ser sobre o ter. Afinal, as famílias serão melhores na medida em que souberem beneficiar dos carismas dos avós.
Departamento da Pastoral Familiar da Arquidiocese de Braga