Uma provedoria de direitos dos pobres LuÃs Filipe Santos 11 de Setembro de 2008, às 17:26 ... Eugénio da Fonseca exige «vontade polÃtica e ética» para que a pobreza não seja vista como uma fatalidade A pobreza “não é uma fatalidade†e para a sua erradicação “basta vontade polÃtica e ética†– sublinhou Eugénio Fonseca, Presidente da Cáritas Portuguesa, no último dia de trabalhos do I Congresso Nacional da Pastoral Social que decorreu em Fátima, de 9 a 11 de Setembro. Na sua conferência sobre «Erradicar a pobreza um desafio à Missão da Igreja», Eugénio da Fonseca realça que para além da escassez dos recursos económicos existem outras causas como “o mercado de trabalho, a saúde fÃsica e mental, a educação, a formação académica e profissional, a habitação e as relações sociaisâ€. Ao discursar no I Congresso da Pastoral Social, que reuniu cerca de 300 pessoas, o responsável da Cáritas Portuguesa sustentou que o primeiro passo para erradicar a pobreza passa por fazer “a opção preferencialmente, pelos pobres†e desafiou a Igreja a dar mais apoio. “Também a Igreja não pode, quando estabelece as suas prioridades, deixar de partilhar mais os seus recursos materiais com os que menos têm†- disse Por outro lado, Eugénio da Fonseca referiu que “a acção social e caritativa não pode ser vivida como uma acção periférica e, muito menos, como uma acção optativa no conjunto das actividades pastoraisâ€. Nesta iniciativa, subordinada ao tema «Intervir na Sociedade, Hoje! Memória e Projecto», o conferencista alertou que a assistência, em formas de ajudas materiais, é necessária e não se deve renunciar a ela, mas não pode ser o fim da acção social da Igrejaâ€. Já a presidente da Comissão Nacional de Justiça e Paz (CNJP), Manuela Silva, disse acreditar que “terá aumentado o grau de consciencialização colectiva acerca da pobreza do nosso paÃs, pelo menos relativamente à s suas expressões mais gravosasâ€. Manuela Silva lamenta que “continuarmos presos a preconceitos desresponsabilizantes quanto à s causas da pobreza e, consequentemente, surdos e mudos em relação à necessidade de as remover, agindo sobre as estruturas e debilidades do sistema que as geram e tendem a perpetuarâ€. Neste contexto, Eugénio da Fonseca defendeu que é “necessário alterar uma série de aspectos†da acção pastoral da igreja, defendendo que se deve “passar de uma acção assistencialista, duvidosamente regeneradora, para uma acção integrada e integralâ€. Manuela Silva defendeu que perante a aceitação por parte da Assembleia da República de que a pobreza é uma violação dos direitos humanos é “necessário criar mecanismos estaduais e autárquicos de prevenção e erradicação da pobreza que sejam eficientes e que permitam assegurar, de facto, o respeito por aqueles direitos e obrigaçõesâ€. A presidente da CNJP admitiu mesmo a criação de uma provedoria de direitos dos pobres, trabalho a ser desenvolvido pelas instituições de solidariedade social. Pastoral Social Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...