O Jornal «Voz de Lamego» celebra este ano 75 anos de vida ao serviço da Diocese e da Região. Semanário Diocesano e Regionalista, o «Voz de Lamego» nasceu a 8 de Novembro de 1930, num contexto em que se procurava silenciar a Igreja e pouca importância era dada às religiões.
O jornal era então uma forma de se fazer representar no meio da sociedade daquela época e região, como “a voz de uma terra que tem direito a fazer-se ouvir e respeitar”, escrevia-se na primeira edição daquele jornal diocesano. Era “a Voz que nunca mais se calou e que continua a ser voz ao lado de outras vozes” escreve o Pe. Armando dos Santos Ribeiro, o actual Director deste Semanário, no Editorial do dia 1 de Novembro, dedicado a este aniversário.
Director desde o passado mês de Agosto, o Pe. Armando está pela segunda vez à frente deste órgão de comunicação social, sucedendo assim ao Pe. João António Pinheiro Teixeira que dirigiu aquela publicação entre os anos 1997 e 2005. Em declarações à Agência ECCLESIA, o director cessante, e actual Reitor do Seminário de Lamego, salientou que “em 1930 o «Voz de Lamego» era praticamente o único jornal desta área e procurou-se, por isso, dar-lhe uma feição eclesial”. Durante os oitos anos que esteve à frente do «Voz de Lamego», o Pe. João Teixeira encarou o seu cargo “com espírito de missão tentando fazer do jornal aquilo que era a sua matriz, ou seja, ser a voz da diocese e do espaço populacional que ela abrange”, referiu.
Tal como muitas outras publicações de índole regional também o «Voz de Lamego» tem enfrentado, e enfrenta ainda, sérias dificuldades que passam sobretudo pela limitação orçamental. Limitações que acabam por se reflectir na própria organização logística do jornal. “Toda a condução do jornal está confiada ao Director”, lamentou o Pe. João Teixeira.
"O jornal tem uma única funcionária que faz um pouco de tudo, desde o trabalho logístico até à composição de textos”, acrescentou.
Com uma tiragem semanal de cerca de 3 mil exemplares o «Voz de Lamego» tem leitores na região, nas grandes cidades, como Lisboa e Porto, e chega inclusive ao estrangeiro. Porém é um jornal que tem como leitores normais, naquela região, “pessoas com reduzidas posses económicas que têm um grande amor à Igreja e à Diocese e que finalizam esse amor através da assinatura do nosso jornal”, explicou o ex-director. O Pe. João Teixeira diz nunca se ter reconhecido como jornalista, mas é com grande emoção que vive este momento de comemoração dos 75 anos da Publicação da Diocese de Lamego, até porque “se criou um clima de envolvimento da comunidade com o jornal e vice-versa, no sentido de potenciar factores importantes, como, por exemplo, a formação”, concluiu.
O Pe. Armando dos Santos Ribeiro, de volta à direcção do «Voz de Lamego», espera continuar esta missão de “levar a Palavra de Deus e da Igreja ao nosso mundo”, escreve no Editorial da publicação. “Sentimo-nos imprensa de inspiração cristã, e como tal, continuamos a definir-nos, sem medo nem vergonha de o sermos”, continua. Em declarações à Agência ECCLESIA manifesta alguma apreensão quanto ao futuro daquele jornal porque “é difícil fazer um projecto, dado que não temos uma equipa”. Porém, acrescenta, “o projecto é dar vida e voz à nossa diocese e também à nossa região”.
Numa cidade onde existem outros dois jornais, embora de caracter diferente, o «Voz de Lamego» não tem crescido muito, mas tem cultivado uma boa relação, assumindo-se “não como um jornal concorrente, mas complementar”, afirmou o Pe. João Teixeira, ex-director da publicação.