Viana do Castelo confirma lugar da mulher na sociedade e Igreja Agência Ecclesia 13 de Fevereiro de 2009, às 11:53 ... Terminou ontem, dia 12, a Semana de Estudos Teológicos em Viana do Castelo dedicada ao espaço da «A Mulher na Sociedade e na Igreja». Durante quatro dias conferencistas reflectiram sobre o papel, considerado essencial, da mulher nos espaços e dimensões religiosas. Às mulheres, foi deixado o desafio de “fazerem greve à missa†num Domingo para se ver como “a Igreja colapsaria†dado o seu maior número. O Pe. Arlindo Magalhães da Cunha, professor e pároco, denunciou o “défice†feminino que persiste na Igreja. Se do ponto de vista teórico “não existem problemasâ€, disse que a prática é completamente diferente e “não se percebe porque é que metade, certamente muito mais, não pode aceder à totalidade dos sacramentosâ€. Confessando não saber o que fazer, mas dando testemunho do que procura fazer na sua comunidade, Arlindo Magalhães da Cunha salientou a necessidade de defender e promover a igualdade em dignidade da mulher com o homem, para que “não haja na Igreja excepção e desapareça a discriminação negativa, porque havendo-a, deve ser positiva em favor da mulherâ€. Os ministérios “devem ser assumidos por mulheres†quando estas “são mais capazes que os homensâ€, muito em particular no âmbito da liturgia, que é um “mundo de emoções†e no Ocidente está transformado num ritualismo racional, apontou o sacerdote. Num desafio mais alargado a padres e bispos, o Pe. Arlindo Cunha Magalhães pediu para que sejam colocadas mulheres nos diferentes conselhos. “Não no Presbiteral, claro estáâ€, disse, acrescentando “verão como as coisas serão diferentesâ€. O Pe. Arlindo Magalhães Cunha recordou que nos primeiros anos da Igreja, no florescimento das comunidades, “são muitas as notÃcias†de mulheres que assumiram ministérios eclesiais ordenados, particularmente as diaconisas e algumas, menos, presbÃteras. O biblista João Alberto Correia partilhou a visão de Paulo sobre as mulheres, colocando-o como “um dos primeiros e maiores defensores das mulheres na Igrejaâ€. A questão da visão de Paulo acerca da mulher, em particular, a partir de alguns dos seus textos, “muitas das vezes sem contexto para forçar o seu conteúdoâ€, “não é fácil e a exegese actual opta por deixar em aberto a interpretaçãoâ€, referiu o professor de BÃblia. Contudo, foi peremptório em afirmar que “os textos da passividade e do silêncio das mulheresâ€, alusão à submissão aos maridos e a estarem caladas nas assembleias, “não são de Pauloâ€. Relativamente ao texto da “submissão†das mulheres aos maridos, o biblista salientou que o “modelo de ética familiar†proposto é fundamentado no “serviço†e não na subjugação, significado que não pode aparecer porque a tradução do original não o permite. João Alberto Correia concluiu que é necessário “não descontextualizar†as afirmações e que estas devem ter um enquadramento “histórico e literárioâ€, para ultrapassar “preconceitos e mal entendidos†acerca do Apóstolo dos gentios. Redacção/Diário do Minho Estudos Teológicos Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...