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Viana recupera primeira Matriz da cidade

Paulo Gomes
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O projecto para a recuperação e requalificação integral da igreja das Almas, na cidade de Viana do Castelo foi aprovado pela Câmara Municipal. O projecto elaborado pelo Gabinete Técnico do Centro Histórico prevê intervenções a vários níveis, quer no interior, quer no exterior, assim como a substituição das coberturas daquele templo. Esta intervenção orçada em mais de 200 mil Euros, cujo concurso público vai agora ser lançado pela paróquia da Sé, vai permitir a «reposição de alguns aspectos construtivos», vai tratar as fachadas e recuperar os altares e as suas talhas. Para o pároco da Sé de Viana do Castelo trata-se de uma intervenção que visa salvaguardar um património histórico importante quer para a Igreja, quer para a comunidade vianense. Do ponto de vista pastoral, hoje, aquele templo, situado nas costas do polémico Prédio Coutinho, não tem relevância. O pároco queixou-se foi da problemática da segurança, adiantando que já foram várias as vezes que os larápios lá entraram levando ou arrombando os cofres das esmolas. Os trabalhos de reabilitação deverão estar concluídos até finais de 2006, uma vez que os financiamentos comunitários ali investidos fazem parte do actual Quadro Comunitário de Apoio. Esta intervenção enquadra- se numa iniciativa da Valimar que visa recuperar igrejas e capelas de valor histórico em cada um dos concelhos que integram a Comunidade Urbana. Para a Capela das Almas está ainda prevista uma outra intervenção, no âmbito da recuperação urbana em curso na cidade através do programa Polis, que visa a recuperação de toda a sua envolvente. Trata-se de uma igreja barroca de planta longitudinal e uma nave, com vestígios da primitiva igreja românica. No interior contém retábulo neo- -barroco, púlpito, talha do arco triunfal e altares colaterais de estilo neo-clássico sendo o retábulomor de rocaille. É um edifício adossado que prolonga a leitura da fachada principal da igreja com a sineira e um nicho. Da primitiva igreja românica, construída provavelmente no séc. XIII, restam alguns vestígios na fachada sul da capela-mor, nomeadamente um arcossólio. Esta igreja funcionou como paroquial de S. Salvador de Adro por alturas da Reforma Gregoriana. Mais tarde deu-se a construção da igreja Matriz, actual Sé, situada no interior da cerca muralhada. No início do séc. XVIIII, não obstante continuasse como sede da colegiada, a igreja encontrava-se arruinada e foi reconstruída com a actual configuração. O adro serviu como cemitério de Viana até finais do séc. XIX. Paulo Gomes/Diario do Minho


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