Nacional

Vigararias de Amarante assinalam Ano da Eucaristia

Paróquia de Amarante
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Elevada e exemplar participação de fiéis na Procissão do Corpus Christi

É já tradicional, em Amarante, a presença de inúmeras pessoas na Procissão do Corpus Christi, como bem o imortalizou um célebre quadro de Amadeo (1913). Esta pública manifestação de fé é habitualmente integrada no contexto e no espírito da Romaria a São Gonçalo, popularmente designada por «Festas do Junho». Mas desta feita, o «Ano da Eucaristia», trouxe à Procissão a maior parte dos párocos das duas Vigararias, uma dúzia de sacerdotes, acompanhados de muitos dos seus fiéis, com as cruzes paroquiais e alguns estandartes da devoção eucarística. A Procissão foi antecedida do cântico de Vésperas, com a Igreja de São Gonçalo, repleta de fiéis. Presentes, na oração de Vésperas e na Procissão, muitos dos Ministros Extraordinários da Comunhão de várias paróquias, assinalados com uma espiga de trigo na lapela e integrados em lugar próprio na Procissão. Além dos cânticos eucarísticos, intercalados com interpretações da Banda Musical de Amarante, eram emitidas pelas colunas de som, ao longo das ruas, saudações, preces, cânticos e textos eucarísticos, de modo a captar e concentrar a atenção da multidão e assim favorecer o espírito de recolhimento e de disciplina, durante o percurso da Procissão. Entre outras advertências, era sugerida aos cristãos que façam tudo para que se «viva, neste ano, com particular fervor a solenidade do Corpus Domini com a tradicional procissão. A fé no Deus que se fez nosso companheiro de viagem, seja proclamada em toda a parte e particularmente nas nossas estradas e entre as nossas casas, como expressão do nosso amor agradecido e fonte inesgotável de bênção» (MND18). Na verdade «a procissão eucarística pelas ruas da cidade terrena ajuda os fiéis a sentir-se povo de Deus que caminha com o seu Senhor, proclamando a fé no «Deus connosco e para nós». E – acrescentava o pároco de São Gonçalo, “isto não é, de modo algum, sinal de triunfalismo clerical, nem violência de consciência, sobre os que não pensam ou não crêem, como nósâ€. O propósito foi cumprido, pois verificou-se, com enorme agrado de todos, uma crescente interiorização deste exercício de piedade e uma mole humana cada vez mais respeitosa, atenciosa, reverente e orante. Isso seria impossível, como tinha pedido o pároco, sem um verdadeiro espírito de respeito e de diálogo, sem a colaboração dos comerciantes, convidados a interromper a actividade durante a Procissão, sem a educação cívica dos visitantes, a quem se pedia religioso silêncio e respeito; impondo-se também aqui o esforço de justa «cidadania» por parte de todos e de cada um, em ordem a facilitar uma manifestação que merece apreço e estima. Na Procissão, integraram-se autoridades locais, como o Presidente e Vice-Presidente da Câmara de Amarante, o Comandante dos Bombeiros de Amarante, o Comandante de Posto da GNR local. Organizada pelas Paróquias de São Gonçalo e São Veríssimo, com especial empenho e coordenação do seu Sacristão, Manuel Ferraz, e logisticamente apoiada pelos Escuteiros (Agrupamento 448) e pelo Grupo de Acólitos, a Procissão Eucarística concluiu, depois de hora e meia de caminhada, com a Solene Bênção do Santíssimo. Na sua alocução final, o Pároco de São Gonçalo, que presidiu à Procissão, referiu: «mais uma vez, em 2005, a fé e a cultura, a Igreja e o mundo, se mostraram em fecundo diálogo. Com a Solenidade do Corpo de Deus e as Festas do Junho, na Romaria em honra de São Gonçalo, - disse - é toda a cidade e o concelho inteiro que se congregam, para celebrar a vida e a alegria, de uma fraternidade que transcende, de longe, os laços de sangue. Nem a cor partidária, nem a preferência clubística, nem sequer a diversidade de (o)posições face à questão de Deus, terão a força de ferir a unidade e a comunhão, entre gentes e gerações, tecida por este laço histórico e indissolúvel entre o culto e a culturaâ€. E lembrou ainda que “numa cidade, como a nossa, em que os cristãos são confrontados, senão, por vezes, afrontados, por uma certa cultura laicista, estes momentos representam sempre um desafio de firmeza da fé e de tolerância culturalâ€. Mostrou-se então muito satisfeito pela cabal realização do propósito apontado pelo grande Papa João Paulo II, ao proclamar este Ano da Eucaristia, no sentido de que «haja um empenho, por parte dos cristãos, de testemunhar com mais vigor a presença de Deus no mundo. Não tenhamos medo de falar de Deus e de trazer de cabeça levantada a os sinais da fé» (MND 26). Não deixou de recordar, citando o Grande Papa João Paulo II, que «a cultura da Eucaristia promove uma cultura do diálogo, que nela encontra força e alimento. Engana-se quem julga que a referência pública à fé possa lesar a justa autonomia do Estado e das instituições civis, ou mesmo que possa encorajar atitudes de intolerância. Se historicamente não faltaram erros nesta matéria, mesmo entre os crentes, isto é devido não às “raízes cristãsâ€, mas à incoerência dos cristãos no confronto com as suas raízes. Quem aprende a dizer “obrigado†à maneira de Cristo crucificado, poderá ser um mártir, mas não será jamais um algoz» (MND, 26)! E acrescentou em jeito de voto pastoral: «esperamos que assim nos vejam os outros e assim se revejam os nossos cristãos, dispostos a dar a cara, pelas ruas da cidade». Na verdade «a procissão eucarística pelas ruas da cidade terrena ajuda os fiéis a sentir-se povo de Deus que caminha com o seu Senhor, proclamando a fé no «Deus connosco e para nós». Estando ainda no princípio das “Festas do Junho†com a Romaria a São Gonçalo à porta, a abrir o mês das Festas aos Santos Populares, o Pároco manifestou o desejo da Igreja de que “estas Festas sejam, mais uma vez, expressão clara de respeito mútuo, pois o fariseísmo e a intolerância, ao contrário do que se faz passar, parecem hoje mais frequentes na Praça do que no Templo, com novos clericalismos de sabor secular, a querer erradicar a voz e a presença dos que não afinam pelo politicamente correctoâ€. E terminou: “o nosso voto é que, de modo algum, estes dias se ressintam de um certo clima social e político, crispado pela campanha pré-eleitoral! Antes pelo contrário, as festas do Povo, se afirmem e se promovam para todos, como factor de coesão e de inclusão social e para os que crêem, como sinal de consolação e de esperançaâ€!


Ano da Eucaristia