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Vigília Pascal: uma celebração inesquecível para quem entra na Igreja

Rui Martins
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Adultos que pediram para ser baptizados concluem três anos de formação, mas nem todos os que começaram chegaram ao fim

A próxima Vigília Pascal vai ser inesquecível para os adultos que pediram para ser baptizados, mas nem todos conseguem suportar a caminhada imposta pela Igreja até chegar a esta celebração.

O processo destinado a atingir a fé e os conhecimentos requeridos pelo Baptismo e restantes sacramentos da iniciação cristã - Confirmação (ou Crisma) e Euca­ris­tia - demora pelo menos três anos.

Há quem inicie este caminho com a expectativa de um desfecho rápido: “Logo no primeiro encontro muitas vezes querem saber em que dia vai ser o baptismo e quando é que a formação chega ao fim, perguntas que se repetem nas semanas seguintes”, explica o Diác. Luís Galante, responsável pela Catequese de Adultos da diocese do Algarve.

As situações matrimoniais irregulares e o cansaço motivado pelo tempo de preparação são alguns dos motivos que levam os candidatos a desistir.

Os 52 adultos que vão receber os sacramentos da iniciação cristã nesta Páscoa ultrapassam em larga medida a média habitual – 12 a 20 por ano –, constituindo o maior número de todos os tempos na diocese algarvia.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o Diác. Luís Galante classificou o catecumenado dos adultos como uma missão que a sua diocese “leva a peito” há 15 anos.

Esta aposta responde a uma “prática religiosa que não é muito uniforme” e onde “há algumas décadas as pessoas deixaram de baptizar os filhos porque a tradição esbateu-se um pouco”, observa o responsável.

Muitas pessoas chegam à idade adulta sem serem baptizadas, pelo que a diocese decidiu corrigir o “erro crasso” da celebração de baptismos sem a devida iniciação na fé.

“Deus bate à porta de cada um das mais diferentes formas”, resume o Diác. Luís Galante quando se refere aos motivos que conduzem ao pedido dos três primeiros sacramentos, sublinhando que “o adulto é que pede” e que a Igreja não recruta ninguém.

Há quem se sinta chamado a uma vida de maior comunhão com Deus, outros desejam casar-se pela Igreja mas não o podem fazer sem antes serem baptizados, e há também os pais que desejam introduzir os filhos na fé cristã sem eles próprios terem recebido os sacramentos.

Para o responsável pela catequese de adultos da diocese do Algarve, a integração dos novos baptizados nas estruturas da Igreja “é o mais complicado” porque “às vezes não existem estruturas para os acolher”.

A catequese, os Centros de Preparação para o Matrimónio e a participação nos Cursilhos de Cristandade são algumas das hipóteses colocadas aos adultos recém-baptizados, mas também há “pessoas que passam a ser ‘cristãos anónimos’, sem um empenhamento mais próximo na vida da comunidade”, admite o Diác. Luís Galante.

A iniciação cristã dos adultos começa com o pré-catecumenado, seguindo-se um tempo ligado ao conhecimento de Jesus, da Igreja e das verdades da fé cristã, denominado de catecumenado, onde se inclui o Rito de Eleição, que marca a transição das catequeses para a vertente espiritual.

Depois de terem recebido os sacramentos da iniciação, os adultos aprofundam o conhecimento sobre o cristianismo e inserem-se progressivamente na vida das comunidades.



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