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Viseu: Tema da pobreza domina XII Fórum Ecuménico Jovem

José Carlos Patrício
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Iniciativa juntou cristãos de quatro Igrejas presentes em Portugal

Pobreza e exclusão social foram assuntos que dominaram o XII Fórum Ecuménico Jovem (FEJ), realizado este Sábado, dia 6 de Novembro, em Viseu.

Numa iniciativa subordinada ao tema “Quem é o meu próximo”, cerca de 250 jovens, de diversas religiões e proveniências, mostraram-se sensíveis e disponíveis para desbravarem novos caminhos, na procura de soluções eficazes para aqueles problemas.

Para o padre António Almeida, director do Secretariado Diocesano da Pastoral das Vocações, Juventude e Ensino Superior de Viseu, “a forma como nos relacionamos com os mais desfavorecidos, por vezes, não é a melhor, e ajudar um pobre não é só dar esmola”.

Por outro lado, “importa apoiar aquela que é a verdadeira pobreza”, sustenta ainda, aludindo ao facto de, por vezes, “há muitas pessoas a viver à custa de subsídios, que não querem trabalhar”.

Num ano de 2010 dedicado à esta matéria, e quando decorrem iniciativas como os Objectivos de Desenvolvimento para o Milénio, o sacerdote considera que os jovens, “garantia de esperança na sociedade de hoje”, podem dar um contributo fundamental, na procura dos “verdadeiros instrumentos de relação com a pobreza”.

Pelo menos, “saem daqui sensibilizados para isso”, acredita o responsável pela pastoral juvenil viseense. Fundamentalmente, por serem jovens de fé, independentemente da religião que professam, têm o dever de “ser luz onde quer que estejam, convivendo e integrando o seu próximo”, conclui.

Custódio Matos Costa, orador convidado,disse que  “ser próximo de alguém é uma atitude dinâmica e não estática” que deve partir de cada um.

Para este membro da Pastoral Social da Diocese anfitriã, o cristão deve ser o primeiro a estar de olhos abertos para identificar “os caídos à beira da estrada”.

Na sua exposição enumerou como exemplo os idosos abandonados pelas famílias, as mulheres grávidas a quem é recusado trabalho, os deficientes ou os iletrados que não encontram trabalho para as suas capacidades, os doentes de SIDA, os toxicodependentes, os sem-abrigo, os reclusos e ex-reclusos, entre outros, numa critica forte à crise de valores que considera existir na sociedade actual.

O juiz desembargador jubilado lembrou ainda que a verdadeira pobreza tem a sua génese no coração do Homem através da indiferença, do egoísmo. “Por isso a erradicação dessa pobreza passa por chegar aos corações de pedra”, acrescentou.

Jesus, o elemento comum

Para os líderes das quatro igrejas representadas no grupo ecuménico jovem, organizador do FEJ, o papel dos cristãos é fundamental para testemunhar o caminho para o próximo.

O Bispo da Igreja Metodista, e presidente do Conselho Português de Igrejas Cristãs, afirmou que é fundamental começarmos a cuidar uns dos outros, em coisas simples como, por exemplo, lembrar a quem está ao nosso lado que não tem de ser escravo do trabalho. Para José Sifredo os jovens são capazes de dar esse passo de forma determinante, principalmente se tiver Cristo nas suas vidas.

Também D. Ilídio Leandro, Bispo da Diocese de Viseu, reconheceu nos jovens reunidos em naquela cidade um veículo válido da passagem do testemunho. “Temos um elemento comum que é o voto de Jesus: ‘Todos sejam um’, e o desejo de vivermos e transmitirmos o que nos une”, sublinhou.

O encontrou viu ainda o nascimento do o segundo CD ecuménico “Alegres na Esperança”. Pela música e pelo louvor, espalhado por todo o país, os jovens vêm gritar que “para sermos cristãos, é preciso amar o próximo, agora”, testemunhando a importância de Deus na vida do ser humano.

Redacção/Alexandra de Matos

 

 



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