Tomada de posse do Presidente da União das Misericórdias
Trabalhar nos cuidados continuados de saúde. É essa uma das prioridades dos órgãos sociais da União das Misericórdias Portuguesas que toma posse esta sexta-feira.
Pela quinta vez, Vítor Melícias preside à União, inaugurando agora o que considera ser a terceira fase da vida da União das Misericórdias. A primeira correspondeu à sua fundação e estruturação, já depois do 25 de Abril, pela acção do Pe. Virgílio Lopes,
e na sequência da chamada nacionalização dos hospitais das misericórdias
Com o seu primeiro mandato, o Pe. Melícias diz que inaugurou a segunda fase da vida desta União, que correspondeu à “recuperação do posicionamento das Misericórdias, sobretudo na área da acção social”. Agora, com o quinto mandado (cada um tem a duração de 3 anos), Vítor Melícias quer que a União seja capaz de “dar apoio para que as Misericórdias possam existir com parâmetros de qualidade, de modernidade, de eficiência e sempre com um grande sentido de coesão institucional”.
Na qualificação institucional das Misericórdias reside, no entanto, qual alguma ambiguidade que, mesmo sendo relativa, Vítor Melícias quer ver esclarecida: enquanto associações da sociedade civil, as Misericórdias são também associação de fiéis, sendo explícito o carácter seu eclesial. Aí, ainda não está clarificada natureza jurídica destas associações, no âmbito do novo Código de Direito Canónico: se “Associações Privadas de Fiéis”, com autonomia em relação à hierarquia da Igreja; se “Associações Públicas de Fiéis”, onde essa autonomia é reduzida. O Presidente da União das Misericórdias quer ver esta qualificação esclarecida, reivindicando autonomia para as decisões e actividades sociais que as Misericórdias possam querer desenvolver.
Com a aposta nos cuidados continuados de saúde, as Misericórdias regressam a um campo de acção que muito as caracterizou, antes da nacionalização dos seus hospitais. Foi uma possibilidade que se abriu com a legislação que envolveu instituições públicas, privadas e sociais no mundo da saúde e deve ser entendida como prestação de um serviço específico e qualificado. Assim acontecerá, segundo Vítor Melícias, se se envolverem equipamentos, financiamentos, metodologias e técnicos da saúde.
No mandato que inicia esta sexta-feira, o Pe. Melícias deseja solidificar o espírito lusófono. Quer que as Misericórdias “sejam instituições características da lusofonia”; “de todos e para todos, em sentido de universalismo e humanidade”.