São 25 os voluntários missionários dos “Leigos para o Desenvolvimento” que este ano partirão por um ou mais anos para São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique e Timor Lorosae, um número que permite mesmo reabrir duas missões.
Como explica à Agência ECCLESIA Gonçalo Carvalho, responsável pela área da divulgação desta organização, “este ano tivemos um número maior de voluntários que nos permitiu reabrir a missão de Lichinga em Moçambique e a do Uíge em Angola, que estava encerrada por motivos de segurança”.
Os voluntários chegaram de Lisboa, Coimbra, Porto e Braga, cativados pela promoção dos projectos. Após a apresentação dos mesmos começa a formação propriamente dita que decorre ao longo de um ano lectivo – Novembro a Agosto.
Os Leigos para o Desenvolvimento são uma Organização não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD) de cariz católico que, através dos seus voluntários, actua nos chamados países "em Vias de Desenvolvimento", em especial nos de expressão oficial portuguesa.
Antes de partir para África os 25 missionários passaram por uma etapa de formação, “um campo de trabalho de 10 dias em que estão ao serviço da comunidade”, experiência essa que acontece ainda no nosso país para preparar os voluntários para a vida em comunidade e ao serviço da mesma, “uma mini-experiência da vida em missão”, constata Gonçalo Carvalho.
“Nessa missão os projectos que apresentamos são projectos a longo prazo, alguns com 15 anos, e os voluntários que vão para o terreno estão mais apoiados. Trabalhamos sobretudo na área da educação, onde as pessoas se integram conforme a sua disponibilidade na leccionação e na administração”, refere.
Em São Tomé e Príncipe a oferta passa pelo Instituto Diocesano de Formação que segue o sistema de ensino português, com vantagens para os alunos que queiram fazer vida universitária em Portugal. Em relação aos professores, “embora não se consigam destacamentos, é reconhecido o tempo de serviço”.
Além da educação, há outros projectos que se definem em função do perfil dos candidatos: “a criação de bibliotecas, ludotecas, dinamização e formação de pessoas locais para assumirem os projectos e a integração na acção pastoral das Dioceses locais”, descreve Gonçalo Carvalho.
A vida universitária e profissional define os tempos de missão para os jovens voluntários, sendo que este ano foram muitos os que antes de entrar no mercado de trabalho quiseram dar um tempo da sua vida à missão. “Também há casos de pessoas que deixam a sua estabilidade para aderir a um projecto que lhes parece importante, indo viver em comunidade e ajudando povos bem mais carenciados”, relata.
Segundo este responsável, passara por África é algo que marca os voluntários, “a experiência que se vive em missão oferece-nos uma maneira completamente diferente de ver a vida e de olhar para os outros, independentemente de nos inserirmos de novo nos empregos que tínhamos”.