40 mil no adeus a Chiara Lubich
Bento XVI evocou «mensageira de esperança e de paz» numa cerimónia com personalidades dos mais variados âmbitos
A celebração exequial foi precedida por um tempo de evocação da figura de Chiara Lubich, com a leitura de alguns dos seus textos e o testemunho de representantes de confissões cristãs e outras religiões.
Canto de amor
Na sua homilia, o Cardeal Bertone evocou o “ardente desejo do encontro com Cristo†que marcou a existência de Chiara, em particular nos últimos momentos de vida, “uma subida gradual ao Calvárioâ€.
Para o Secretário de Estado do Vaticano, a vida da fundadora dos Focolares foi “um canto ao amor de Deus, a Deus que é amorâ€.
“O sonho dos inÃcios tornou-se realidade, Chiara encontra-se com aquele que amou sem verâ€, assegurou.
Este responsável lembrou que a notÃcia da sua morte suscitou uma vasta onda de condolências, em todos os continentes, entre crentes ou não crentes, poderosos ou pobres.
O Cardeal Bertone assinalou que no sec. XX, marcado por “crimes horrendos contra a humanidadeâ€, injustiças e contradições, Deus suscitou numerosos homens e mulheres que “partilharam a sorte dos últimos†e “dispensaram o pão da caridadeâ€.
Este foi também o século do nascimento de vários novos movimentos eclesiais. O “carisma próprio†de Chiara Lubich, que passa para o Movimento dos Focolares, foi segundo o Secretário de Estado do Vaticano um estilo “silencioso e únicoâ€.
Chiara Lubich, assegurou, dedicou-se a “acender o fogo do amor de Deus nos coraçõesâ€, pessoas que vivam “o carisma da unidade com Deus e com o próximoâ€. O seu trabalhou foi, acima de tudo, divulgar o Evangelho, “a mais poderosa e eficaz revolução socialâ€.
Neste contexto, pediu que a Economia de Comunhão seja levada em conta para promover “uma nova ordem internacional partilhada†por todos.
Uma longa salva de palmas sublinhou o final da homilia.
1920-2008
“Chiara Lubich nasceu em Trento, Itália, no dia 22 de Janeiro de 1920. Durante a II Guerra Mundial, em 1943, sente o apelo a consagrar-se inteiramente a Deus e descobre no Evangelho vivido, a fonte da espiritualidade da unidade e da comunhão entre todos os homens. Progressivamente, muitas pessoas se juntam a ela, dando origem ao Movimento dos Focolares. A fundadora e o Movimento foram estabelecendo pontes de unidade e fraternidade, em múltiplos encontros e iniciativas, entre católicos, com cristãos de várias igrejas e comunidades, com membros de outras religiões em diferentes parte do mundo e mesmo com pessoas de convicções diversas, não religiosas. A espiritualidade da unidade penetrou também na economia, com o projecto da economia de comunhão na liberdade, na polÃtica, com a perspectiva da fraternidade, e ainda noutros sectores da sociedade e da cultura, como a comunicação social, a arte, o desporto e a solidariedade.
Desde 1977, a fundadora dos Focolares viu a sua obra reconhecida em múltiplos paÃses e sectores, tendo sido agraciada com muitas distinções, entre prémios internacionais, doutoramentos honoris causa, em várias áreas e por diferentes universidades, e cidadanias honorárias em duas dezenas de cidades italianas e estrangeiras. Faleceu aos 88 anos, no dia 14 de Março.
Chiara Lubich será enterrada em Rocca di Papa, na capela do Centro Internacional do Movimento.
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