Vaticano

«A Alegria do Amor»: Francisco contesta políticas contrárias à família

Agência Ecclesia
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Sínodo dos Bispos, 2015 (Foto: Ricardo Perna/Família Cristã)
Sínodo dos Bispos, 2015 (Foto: Ricardo Perna/Família Cristã)

Exortação apostólica aponta o dedo a sistema económico, desemprego e exclusão social

Cidade do Vaticano, 08 abr 2016 (Ecclesia) – O Papa denuncia na sua nova exortação apostólica, divulgada hoje, as políticas e os sistemas económicos contrários às famílias, em particular as que vivem em situações de pobreza e exclusão.

O texto ‘Amoris laetitia’ (A Alegria do Amor), que encerra a reflexão das assembleias do Sínodo dos Bispos de 2014 e 2015, assinala que “a família ocupa pouco espaço nos projetos políticos”.

“O atual sistema económico produz várias formas de exclusão social. As famílias sofrem de modo particular com os problemas relativos ao trabalho”, refere Francisco.

O Papa alude em particular ao desemprego juvenil, a precariedade e o excesso de horas de trabalho para os casais.

“Às vezes as angústias das famílias tornam-se dramáticas, quando têm de enfrentar a doença de um ente querido sem acesso a serviços de saúde adequados, ou quando se prolonga o tempo sem ter conseguido um emprego decente”, observa.

Durante os trabalhos do Sínodo sobre a família, refere Francisco, “sublinhou-se a necessidade duma evangelização que denuncie, com desassombro, os condicionalismos culturais, sociais, políticos e económicos, bem como o espaço excessivo dado à lógica do mercado, que impedem uma vida familiar autêntica”, gerando “discriminação, pobreza, exclusão e violência”.

O Papa apresenta o trabalho e a habitação como “parte fundamental da dignidade da vida humana”, criticando os atuais “desequilíbrios económicos e sociais”.

A exortação deixa reflexões sobre a necessidade de um maior compromisso social dos católicos, em favor dos pobres.

“As famílias, que se alimentam da Eucaristia com a disposição adequada, reforçam o seu desejo de fraternidade, o seu sentido social e o seu compromisso para com os necessitados”, sublinha Francisco.

OC



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