Vaticano

A chave da reconstrução do Iraque

Luís Filipe Santos
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A chave da reconstrução do Iraque O arcebispo de Dublin, até agora observador permanente da Santa Sé na ONU, D. Diarmuid Martin, constatou os limites da intervenção militar no Iraque e sublinhou a necessidade de dar protagonismo à sociedade civil na reconstrução do país. Ao intervir sobre o tema “Iraque, a difícil reconstrução”, no Meeting pela amizade entre os povos, promovido pelo movimento Comunhão e Libertação, o prelado considerou que a presença de soldados pode garantir a segurança mas “uma intervenção militar contribui pouco para o desenvolvimento da sociedade, condição fundamental para a realização da democracia”. Após recordar a figura de Sérgio Vieira de Mello, falecido no recente atentado contra a sede da ONU em Bagdad, D. Martin ressaltou que o “Iraque é uma nova Jugoslávia” e que “a situação de insegurança é muito mais extensa”. Para a reconstrução, o país necessita de democracia, “e esta não cresce por si só, especialmente quando se sai de uma ditadura” - apontou o prelado. Em conjunto, segundo o arcebispo de Dublin, “a actual situação mostra os limites da intervenção militar. A segurança de um país não pode ser construída somente sobre a presença das forças armadas”. Visto que “a reconstrução do Iraque deve começar pelos progressos da sociedade civil”, e visto que tal sociedade “não existe”, “é necessário inspirá-la e assisti-la para que ela surja de forma evidente” - afirmou o prelado.


Guerra do Iraque