Vaticano

A hora do Espírito

Octávio Carmo
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As duas aparições sucessivas do fumo negro na chaminé da Capela Sixtina têm gerado, à falta de informação, uma nova onda de rumores sobre “negociações” e dificuldades relativas à eleição do sucessor de João Paulo II. Os 115 Cardeais, provenientes de 52 países, têm uma grande responsabilidade sobre os seus ombros, mas acreditam firmemente que não são eles os grandes protagonistas: o silêncio do Conclave dá lugar à voz do Espírito. O primeiro Conclave do 3º milénio elege o 264º sucessor de São Pedro, numa corrente impressionante ao longo de mais de 2 mil anos. Este verdadeiro cenáculo do mundo, personalizado pelos Cardeais eleitores, apresenta desta vez eleitores mais familiarizados uns com os outros, na era da globalização em que todos são vizinhos. Esse clima de proximidade foi reforçado pelas 12 Congregações gerais decorridas após a morte do Papa polaco. O balanço destas reuniões, apresentado pelo porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro-Valls, falava de um “vastíssimo consenso sobre os temas gerais abordados nas discussões”, mas destacava que não se tinha falado em nomes para o novo Papa. Após três escrutínios, o mundo continua à espera de que o silêncio do Conclave se transforme em revelação. Extra Omnes, que entre o Espírito.


Conclave