A Santa Sé renovou o compromisso da Igreja Católica em favor dos enfermos da SIDA, «flagelo do século», e pediu medicamentos para o terceiro mundo, assim como campanhas de prevenção e tratamento “responsáveis”. A Santa Sé, graças às suas instituições no mundo inteiro, ajuda “25% das vítimas de SIDA”, afirmou o cardeal Cláudio Hummes, OFM, arcebispo de São Paulo (Brasil) ao intervir na sessão plenária das Nações Unidas dedicada a combater esse vírus.
O purpurado, que guiou a delegação Vaticana no encontro, anunciou que por meio do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Agentes de Saúde e diversas organizações católicas, “a Santa Sé terá alcançado o seu objectivo de ter instituições e programas em funcionamento em todos os países da África do Subsariana, e de começar novos no Brasil, Argentina, México, Tailândia e Lituânia”, que “somam-se aos que já existem noutros países do mundo». “Oferecem uma ampla gama de serviços, desde campanhas de conscientização até educação para um comportamento responsável, desde assistência psicológica até apoio moral, desde centros de nutrição até orfanatos, desde tratamento hospitalar até atenção em domicílio e em prisões para enfermos de HIV/AIDS” - informou.
O cardeal brasileiro recordou ainda que, para coordenar melhor suas actividades, “a Santa Sé criou uma Comissão Ad Hoc sobre a luta contra este vírus”. A preocupação central desta comissão está na África Subsariana “onde o sofrimento é mais intenso, e prestar especial atenção aos problemas de estigma e discriminação que acompanham esta enfermidade, ao acesso ao tratamento e atenção, à educação sobre um comportamento sexual responsável” - declarou. Esta educação, explicou diante das delegações na ONU, inclui a proposta da “abstinência e da fidelidade matrimonial, e a atenção dos órfãos por causa do HIV/AIDS”.
O cardeal reconheceu ainda os estragos que o vírus está provocando entre as crianças, “seja porque foram infectadas pelo vírus, o qual lhes foi transmitido ao nascer, ou porque ficaram órfãs devido à morte prematura de seus pais causada pela AIDS”. “O HIV/AIDS está causando um forte aumento da mortalidade infantil: 3,8 milhões das 19 milhões de pessoas que morreram por causa da AIDS no ano passado eram crianças menores de 15 anos” - revelou.